
O NatWest está de novo em mãos completamente privadas. O governo do Reino Unido terminou, no final de maio, o processo de venda da sua posição no banco que foi resgatado pelo Estado britânico em 2008. Com esta última operação, o governo revela, em comunicado, que recuperou, no total, 41,58 mil milhões de euros dos 54,09 mil milhões injetados.
O executivo destaca que a intervenção no antigo Royal Bank of Scotland protegeu milhões de cidadãos e negócios e o sistema bancário e financeiro do país, em geral. O banco contava, há 17 anos, com mais de 40 milhões de clientes e atividade em mais de 50 países. Agora que a participação pública chegou ao fim, o governo argumenta que “embora isto represente cerca de 12,48 mil milhões de euros a menos do que o apoio inicial, a alternativa teria sido um colapso com custos económicos e consequências sociais muito maiores”.
Sobre o retorno que o Estado obteve ao longo dos anos e o dinheiro que não conseguiu recuperar, o governo é claro: “O custo de não fazer nada teria sido quase de certeza muito superior à diferença entre o capital injetado e as receitas devolvidas”. “Permitir que o banco falhasse teria sido devastador para as poupanças das pessoas, os créditos e os seus rendimentos – e teria destruído a confiança no sistema financeiro do Reino Unido”, reitera.
“Protegemos a economia num período de crise há quase dezassete anos e agora estamos empenhados em garantir o futuro do Reino Unido numa nova era de mudanças globais”, salienta a ministra das Finanças, Rachel Reeves. Já a secretária do Tesouro, Emma Reynolds, realça que este é um marco significativo para o setor bancário do país.
A secretária do Tesouro sublinha ainda que este governo parou a venda de ações quando entrou em funções, que “teriam custado aos contribuintes centenas de milhões”, alerta. “Colocamos os contribuintes em primeiro lugar ao vender as ações do NatWest apenas ao preço de mercado”, defende Reynolds.
Com a saída do NatWest, o executivo realça que já não tem qualquer presença no setor bancário, após as intervenções feitas na altura da crise financeira. A presença do Estado na instituição tinha vindo a ser reduzida nos últimos anos após ter atingido um máximo de 84% do capital. No ano passado, o governo baixou a sua presença para menos de 30% em março, ficando com menos de 10% no final de 2024. Em março, deixou de ser o maior acionista. Recorde-se que este banco foi o que esteve mais tempo na esfera pública após o seu resgate.