O parlamento moçambicano aprovou, há dias, a resolução que aprova a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE) 2025-2044, com 214 votos a favor e apenas sete contra, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido da oposição.

Segundo Arnaldo Chalaua, da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o voto a favor do documento vai permitir criar condições para ligar o país através de infra-estruturas sólidas de transportes e comunicação. Arnaldo Chalaua, pediu união à volta do documento para acabar com males sociais.

“Havendo lacunas, poderá haver espaços de integração e vai permitir que haja fiscalidade a partir da Assembleia da República. Não é um instrumento que estará distante do povo moçambicano e faremos escrutínio. Esta estratégia não aponta para um determinado partido, é estratégia nacional para desenvolvimento neutra, e daí a nossa confiança”, defendeu o parlamentar.

Por outro lado, mas no mesmo sentido, Elísio Muaquina, do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) – principal força da oposição, justificou que votou a favor por entender que é importante permitir o avanço a um plano que vai desenvolver o país. “Esta aprovação não é um cheque em branco, é acompanhado de vigilância técnica (…) A ENDE tem de ser notória na transformação equitativa”, afirmou Muaquina, pedindo, contudo, informações referentes aos dados sobre sectores sociais e de investimentos para desenvolvimento rural.

Já a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) – partido no poder, na voz do deputado Edson Nhangume, justificou o sentido de voto por entender que a estratégia “vai responder às necessidades do povo moçambicano”, pelo facto de conter soluções para as suas preocupações. Nhangume apontou as mudanças estruturais na economia com a implementação do documento, salientando que vai resolver os problemas dos moçambicanos.

Segundo a Lusa, o MDM, votou contra alegando falta de clareza nomeadamente sobre os factores que levarão ao crcescimento económico em cerca de 9% até 2044, previsto no documento. O deputado do MDM, José Lobo, terá dito que o documento não apresenta uma estratégia de integração na economia do sector informal, nem soluções para o desemprego e elevado custo de vida.

“A proposta não apresenta visão clara sobre a fiscalização do investimento estrangeiros e benefícios fiscais [para] estas empresas, incluindo os benefícios para o país (…), é opaca em relação aos bens e quantidades de bens exportados (…) e as mudanças climáticas devem ser agenda da governação do país”, apontou José Lobo.