Um dia depois de Álvaro Santos Pereira ter sido escolhido para governador do Banco de Portugal, em substituição de Mário Centeno, inicia-se a construção da polémica nova sede do banco central, em Entrecampos. Segundo apurou o JornalPT50, nesta sexta-feira será consignada a obra ao grupo galego Sanjose Construções, que venceu o concurso para esta empreitada. Trata-se de uma das principais empresas do setor da construção, ocupando a 165.ª posição no ranking mundial Top International Contractors, da revista norte-americana ENR (Engineering News-Record). De acordo com o estudo Global Powers of Construction 2022, elaborado pela Deloitte, está entre as 100 maiores construtoras do mundo em volume de vendas.
O grupo galego já tem várias obras concluídas em Portugal, entre as quais se destacam o Hotel Penha Longa, em Sintra (onde se realiza o Fórum anual do Banco Central Europeu), o Almada Fórum e o resort Martinhal Sagres Beach, no Algarve. O projeto da nova sede do Banco de Portugal sofreu diversas adaptações para responder aos requisitos exigidos pela instituição, em especial no que respeita à segurança.
A construção da nova sede esteve envolta em polémica nos últimos dias, após o jornal Observador ter noticiado que Mário Centeno, a dois meses de terminar o mandato, assinou o contrato-promessa para a nova sede com contingências de “alto risco”. O sinal foi de 57,5 milhões de euros e o custo total da empreitada poderá ascender aos 280 milhões de euros. Esta situação levou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a ordenar à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a abertura de uma investigação a todo o processo.
Entretanto, como já noticiado pelo JornalPT50, Mário Centeno vai integrar o Conselho Consultivo do Banco de Portugal, onde encontrará os restantes ex-governadores — Carlos Costa, Vítor Constâncio e António de Sousa —, bem como o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Vítor Bento, e a ex-ministra das Finanças do PSD, Manuela Ferreira Leite. Os cargos no Conselho Consultivo do Banco de Portugal não são remunerados, mas Centeno mantém-se como quadro da instituição.