"Aprovámos uma proposta de lei que será remetida à Assembleia da República na qual damos concretização a um compromisso assumido de forma solene de aplicação de uma taxa máxima de 15% de IRS, que se traduz em um terço de taxa face à taxa que está agora em vigor", disse hoje Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros em que foi aprovado um leque de medidas direcionadas para os mais novos. Só o IRS Jovem vai custar ao Estado cerca de mil milhões de euros.
Veja aqui todas as medidas que vão beneficiar os jovens
Promessa eleitoral da AD, o IRS Jovem foi aprovado e entrará em vigor já em janeiro, aplicando-se a todos os que tenham até 35 anos até dezembro de cada ano em que beneficiem. A medida aplica-se apenas a rendimentos de trabalho, dependente ou independente (dinheiro que venha de rendas, de ações ou aplicações, etc. não contam) e deverá beneficiar 300 mil famílias, com salários mensais até um máximo de 6.000 euros brutos.
A grande diferença entre o que até agora existia e o que virá, caso o IRS seja aprovado no Parlamento, vem da forma: com Medina, os jovens não pagavam nada no primeiro ano e tinham depois disso quatro anos de benefícios variáveis entre 75% e 25%; com Sarmento, mantém-se a isenção no primeiro ano e depois há um corte real de dois terços nas taxas e a fixação de um patamar máximo nos 15% para quem tenha até 35 anos. Ou seja, o limite de cinco anos de benefícios deixa de existir, o que significa que alguém que comece a descontar aos 22 anos pode beneficiar deste regime durante 13 anos, desde que não passe ao oitavo escalão de rendimentos.
Feitas as contas, os exemplos são expressivos: quem receba mil euros mensais, pode chegar ao fim do ano com mais 941 euros e quem tem um salário de 1.500 brutos chega a poupar 2.000 ao fim do ano, em relação ao que antes entregava ao Estado.
"Um jovem solteiro que comece a trabalhar com um salário de 820 euros vai poupar, até aos 35 anos, 980 euros por ano", exemplificou na conferência de imprensa do Conselho de Ministros a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.
A EY fez, para o SAPO, um conjunto de simulações que lhe permitem ver quanto tem a ganhar cada escalão de rendimentos, num universo de cinco anos — recorde-se, porém, que não há limite temporal à exceção de atingir os 35 anos de idade.
Veja aqui todas as simulações feitas pela EY
(carregue na tabela para ver em detalhe)