Durante muitos anos, vivi com esta frase irritante, repetida por muitos amigos, adeptos dos clubes rivais. Isso acabou.

Conheci-o num almoço, antes de ser presidente do Sporting, quando procurava angariar apoios entre os sócios para a sua candidatura. Éramos seis ou sete amigos, incluindo um irmão meu. O encontro durou três horas, num hotel em Cascais com uma vista magnífica sobre o mar, durante as quais ele expôs detalhadamente o seu plano para o clube. Foi uma conversa agradável, mas tenho de ser honesto. Apesar de ter ficado impressionado com a sua determinação e conhecimento do futebol — sobretudo no que toca à formação — fiquei com uma dúvida: teria ele capacidade de gestão e liderança suficientes para dirigir o Sporting, então mergulhado numa das maiores crises da sua história?

Frederico Varandas demonstrou ter visão, coragem e firmeza para trilhar um caminho diferente. Foi a partir dos escombros da traumática invasão à Academia de Alcochete que se começou a construir aquele que é, hoje, o projeto desportivo mais consistente em Portugal.

O Sporting tornou-se um clube sólido, fiel aos seus valores fundacionais e, finalmente, financeiramente equilibrado. Estes alicerces permitem-lhe estar hoje mais próximo das vitórias do que esteve em muitos momentos do passado recente. Há quem diga que o verdadeiro projeto foi Rúben Amorim. Mas a realidade mostra que, mesmo após a sua saída, o Sporting continua a ganhar. E embora o impacto de Viktor Gyökeres seja inegável, acredito firmemente que o clube continuará a vencer mesmo sem o avançado sueco.

A razão? Um modelo desportivo coerente, assente na valorização da formação e num trabalho de scouting que tem dado frutos concretos. Varandas rodeou-se de uma equipa de gestão altamente profissional, focada em fazer diferente.

Demonstrou coragem em momentos decisivos ao longo destes sete anos — não só internamente, como quando enfrentou as claques, mas também externamente, ao fazer afirmações que nenhum outro presidente tivera ousadia de fazer publicamente, incluindo na casa de um dos rivais.

A tudo isto junta-se um fator distintivo: o Sporting é, atualmente, o clube português que melhor sabe cultivar a ligação entre adeptos e equipa. A sua estratégia de marketing assenta numa ideia simples, mas rara no futebol nacional — a humanização dos jogadores, aproximando-os da massa associativa.

Em apenas sete anos, Varandas já é o presidente mais titulado do Sporting, a ombrear com o presidente Ribeiro Ferreira, da era dos Cinco Violinos.

Não faço ideia de quem será o campeão na próxima época. Mas de uma coisa estou certo: o Sporting estará, mais uma vez, na luta até ao fim. Honra, por isso, a Frederico Varandas — o presidente que devolveu ao Sporting a grandeza que os seus adeptos sempre exigiram.

Por motivos que não alcanço, muitos sportinguistas não valorizam Frederico Varandas como ele merece. Ele foi, e é, o grande responsável pela fantástica transformação do clube. Sou um sportinguista muito feliz e agradecido.

Obrigado, Presidente!