
A sueca Abeba Aregawi, terceira colocada na edição deste ano da EDP Meia Maratona de Lisboa, viu os seus resultados do último ano serem 'apagados' pela World Athletics - incluindo o registo alcançado na capital portuguesa, que era inclusivamente um novo recorde nacional do seu país -, devido ao incumprimento do regulamento antidoping sueco. Não por um qualquer controlo positivo ou por anomalias no passaporte biológico, mas antes por uma questão meramente... burocrática.
Para explicarmos a história temos de recuar até 2016, ano em que Aregawi foi suspensa devido a um controlo positivo a meldonium, uma substância até 2015 permitida pelo regulamento da WADA, mas que a partir de 1 de janeiro de 2016 passou a ser proibida. Um facto que levou a que a suspensão provisória aplicada em fevereiro viesse a ser anulada em julho do mesmo ano, por insuficientes provas de que a substância tivesse sido ingerida após a entrada em vigor da proibição. Aregawi estava livre para competir, mas pura e simplesmente decidiu deixar o atletismo. Desapareceu do mapa por completo e ninguém mais ouviu falar nela... até ao ano passado.
Bateu o recorde nacional dos 10 quilómetros em França em junho e, este ano, o da meia maratona. Para essas marcas serem confirmadas só faltou um pormenor que se revelou decisivo: avisar as autoridades antidoping com seis meses de antecedência do seu regresso ao ativo. Algo que não fez no ano passado e que apenas decidiu fazer em fevereiro deste ano, um mês antes da Meia Maratona de Lisboa. Tarde demais, já que a regra não teve exceção e, comunicado o regresso, os resultados da atleta apenas serão válidos a partir de 12 de agosto.
Com isto, o terceiro lugar da prova lisboeta passa a ser da etíope Fantaye Belayneh, quarta a cruzar a linha de meta.