Aos 18 anos, quando o jovem André viajou da Noruega para Colónia para assistir ao vivo à final-four da Champions, a emoção foi especial. E nessa altura, ele apenas podia sonhar viver aquele ambiente como jogador e não como adepto, como estava a acontecer.

E não deixa de ser curioso que no centro do terreno a disputar o jogo mais importante do ano, estivesse o Nantes. A mesma equipa francesa que está agora entre ele e a possibilidade de viver o sonho como jogador

E para isso 'basta' que, nesta quarta-feira e na próxima, o Sporting faça o mesmo que naquele domingo André Kristensen viu o Montpellier fazer: afastar o Nantes. Se naquele dia o triunfo valeu ao Montpellier o título europeu, neste caso pode valer aos leões o bilhete para serem um dos protagonistas dos fins de semana mágicos de Colónia.

«Fui a essa final-four como adepto, em 2018, e vejo sempre na televisão a competição. É um sonho para qualquer jogador chegar lá. Eu tinha o sonho, claro, mas não sabia se alguma vez estaria nessa situação», assumiu o guarda-redes de 25 anos, em conversa com os jornalistas, ele que não espera facilidades diante de um colosso do andebol.

«Vai ser uma eliminatória muito equilibrada, eles são muito fortes em casa, mas nós também somos e temos a possibilidade de decidir junto dos nossos adeptos, o que nos dá motivação e esperança», admite.

«Falar em Colónia arrepia-me»

Também para Ricardo Costa será especial chegar a Colónia, ou não tivesse ele voltado a admitir que o seu objetivo enquanto treinador é sagrar-se campeão europeu. Chegar à final-4 na primeira participação, seria um excelente indicador. Por isso, é aí que está o foco dos leões.

«O percurso que fizemos para chegar aqui deixa-me com um orgulho enorme nesta equipa. Quebrámos muitas barreiras e estamos a dois jogos de fazer ainda mais história, com a possibilidade de estar em Colónia», começa por dizer, alertando para a qualidade do adversário que o Sporting vai ter nos quartos de final.

«Esse sonho pode ser real, mas sabemos que em Nantes teremos 60 minutos muito difíceis. Vamos defrontar uma das melhores equipas do mundo a defender. Nós podemos ser das melhores equipas do mundo a atacar, mas jogar perante 10 mil adeptos do Nantes será tremendamente difícil», sublinha.

O treinador defende, de resto, que apesar de terem garantido o apuramento direto para esta fase, os leões não são favoritos frente ao 2.º classificado do forte campeonato francês. Mas entra para ganhar sempre. «O Sporting não é favorito a ganhar a eliminatória, mas é favorito a ganhar qualquer jogo. Mesmo contra equipas que são mais fortes do que nós e têm outro tipo de armas. Não há lógica, porque pela lógica não estaríamos aqui. Por isso, temos de continuar a ser ambiciosos e competentes», receita.

Ambição, aliás, foi a marca que esta equipa já deixou clara até agora. Ricardo Costa quer por isso que os jogadores usufruam do que já alcançaram. «Sempre dissemos que não vínhamos só para jogar a Champions: queríamos competir com os melhores. Estamos a 120 minutos de Colónia. Até me arrepio de pensar nisso, porque é extraordinário para nós. Isto é muito bonito e não podemos andar apenas mergulhados na pressão do resultado. Temos de tirar prazer destes 120 minutos», termina.