
— Vamos falar um do pouco do campeonato e do Rui Borges. Como é avaliou o sucesso dele? Porque ele teve sempre de combater uma certa desconfiança, por vir de baixo, como você.
— Tem um trajeto semelhante ao meu, porque ambos viemos do Campeonato de Portugal, passámos pelos diversos patamares até chegar à Liga, mas ele com a possibilidade de ter treinado um grande e tornar-se campeão nacional. É um trajeto muito meritório, subiu a pulso, com muito trabalho à mistura, e merece muito tudo isto que está a viver e o título que conseguiu conquistar.
Quem vem de baixo tem de estar constantemente a provar o seu valor quando sobe um patamar competitivo.
— Sente que um treinador com esse passado é obrigado a provar ainda mais o seu valor aos adeptos?
— Quem vem de baixo tem de estar constantemente a provar o seu valor quando sobe um patamar competitivo. Ou seja, quando estamos no Campeonato de Portugal e passamos para a Liga 3, temos de provar que estamos preparados para a Liga 3. E assim sucessivamente até à Liga principal e até, no caso dele, a um grande. Quem vem de baixo tem de estar constantemente a provar a competência quando sobe um patamar. Penso que o Rui provou isso mesmo.
— Admite na próxima época, ou a breve prazo razoável, ver o Nacional novamente nas competições europeias?
— Penso que o importante o Nacional estabilizar na Liga e esta situação de podermos ficar duas épocas consecutivas neste escalão é muito importante para o plano desportivo e financeiro do clube. O clube precisa de estabilidade financeira e esta época consecutiva na Liga é muito importante nesse sentido. Para voltar ao Nacional que foi anteriormente, ou seja, um Nacional que disputava competições europeias, serão necessários mais anos de estabilidade e investimento. Penso que isso será algo a pensar nos próximos anos e não no futuro tão próximo.