Os judocas portugueses escalados para o Campeonato do Mundo no próximo mês, na Hungria, surgem como suspensos no site da Federação Internacional de Judo (IJF) pelo facto de a Federação Portuguesa de Judo (FPJ) estar a braços com uma divida avultada ao organismo internacional.

Seja como for, Catarina Costa (-48 kg), Taís Pina (-70 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg) e os medalhados olímpicos com bronze, Jorge Fonseca (-100 kg) em Tóquio'2020 e Patrícia Sampaio em Paris'2024, não deverão ser impedidos de participar no Campeonato do Mundo, fazendo-o como 'neutros', à semelhança do que acontece por exemplo com judocas russos ou bielorrussos devido à guerra na Ucrânia.

Record tentou falar com Sérgio Pina, presidente da FPJ, à procura de um esclarecimento, mas sem sucesso.

Ao site da RTP, Sérgio Pina garantiu que houve uma transferência de uma das várias parcelas acertadas para abater o montante em dívida, estimado em cerca de um milhão de euros, mas, segundo o mesmo meio, houve um erro no IBAN da operação bancária. Segundo a RTP, o dirigente diz que os atletas não serão afetados.

Segundo a estimativa da dívida acumulada em taxas à FIJ, refere-se a 250 mil euros referentes ao Grand Prix de Portugal de 2023, o mesmo para 2024, 300 mil do Mundial de Juniores de 2023, e 250 mil do Grand Prix de Portugal, que Portugal declinou a organização, mas que terá de pagar na mesma os encargos.

Record falou também com Jorge Fernandes, presidente da FPJ até dezembro de 2022, que declinou responsalidades: "Quando deixei a FPJ estava tudo pago pela FPJ à FIJ."

João Carvalho das Neves, antigo presidente do Conselho Fiscal e antigo candidato à presidência da FPJ, referiu, por sua vez, que desde o tempo em que saiu o presidente António Aleixo as contas da FPJ deram passivo, com prejuízos entre os 100-200 mil euros anuais: "Há uma década que a situação se vem agravando. Há muito que a FPJ está tecnicamente falida", referiu.

Carvalho das Neves adiantou ainda que, se a situação se mantiver, "a FPJ corre o risco de perder o estatuto de utilidade pública desportiva."

O nosso jornal tece acesso a informação sobre as contas da Federação Portuguesa de Judo nos últimos mandatos.

Em 2012 os fundos próprios eram positivos de 48m? com mandato que terminou com Carlos Andrade.

2016 Costa Oliveira deixou os fundos próprios negativos em 419m?.

Jorge Fernandes chegou a ter fundos próprios negativos de 1.298m? em 2020 mas conseguiu sair em 2021 com fundos próprios negativos de 518m?. Com a atual presidência os fundos próprios em 22 passaram a 865m? negativos depois 1583 mil? negativos e agora somando os 250 m? ora anunciados aos que estão no balanço de 2024 chega à módica quantia de 2.044 mil ? negativos.