Paulo Lopo, dirigente do Estrela da Amadora, abordou, na apresentação do seu livro Reformar para Vencer, em Lisboa, a necessidade de uma entrada de novos investidores no clube e explicou a sua intenção para um «novo formato» da Taça da Liga.

«O Estrela vive uma fase da sua vida em que talvez fosse estratégica a entrada de novos investidores, porque a entrada de novos investidores vai permitir crescer a uma velocidade maior. É um procedimento mais ou menos normal nos clubes e não fugimos a isso, porque penso que todos temos um papel ativo na vida do clube até certo ponto, mas também temos de saber quando devemos dar o lugar a outros para darem mais valor ao clube. Só assim metemos o clube em primeiro lugar em vez de nós mesmos. Não digo que tenha de sair, mas claramente terão de entrar investidores no clube»

«Somos um clube relativamente pequeno na idade, porque apesar de o Estrela representar um gigante com quase 100 anos, este ressurgimento é relativamente recente, tem apenas cinco anos e quando se é bebé, tem-se alguns problemas de afirmação. Temos de ter mais anos na Primeira Liga para ganharmos outra estabilidade financeira, até de processos, para poder escolher melhor e ter melhores resultados», sublinhou.

Em relação à proposta para um novo formato da Taça da Liga, o dirigente apontou que, ao contrário de Villas-Boas, a prova «tem de continuar», porém, num formato diferente e «mais virado para os clubes pequenos».

«É preciso alterar alguns modelos competitivos, na Taça de Portugal e na Supertaça também, mas não se pode deixar que a Taça da Liga morra, porque é um produto que já tem o seu público, já é um produto vendável neste momento, que dá lucro e que precisa apenas de alterar o formato. Ou seja, um formato um bocadinho mais virado para os clubes pequenos, como se fosse uma Conference League do nosso campeonato, mas nunca deixar de existir», começou por elucidar.

«Teria a mesma importância que teve por exemplo a inclusão das equipas B na Segunda Liga, para que tivessem mais audiência. Se colocarmos as equipas B na Taça da Liga em vez das principais, talvez pudéssemos ter mais audiência. Não digo que seja necessário, mas os clubes poderão ter a necessidade de não utilizar a equipa principal e usar a equipa B. Se isto é um modelo com sucesso, se é rentável e importante do ponto de vista desportivo para os clubes todos, porque dá mais jogos e competição, não se deve acabar», finalizou.