Conta quem estava em Alvalade na noite de domingo que, literalmente, o Estádio José Alvalade tremeu. E tremeu com intensidade poucas vezes sentida desde que foi inaugurado a 6 de agosto de 2003. A culpa foi de Eduardo Quaresma e do golo que valeu a vitória do Sporting com o Gil Vicente. Foi o segundo golo decisivo dos verdes e brancos no tempo de compensação esta época na Liga, para um total de três pontos alcançados para lá dos 90’. Mas também já perderam quatro pontos nessas circunstâncias. Eis as contas.

O jogo com o Gil Vicente, a forma como o Sporting chegou à vitória, ganhou contornos de épico, porque o 2-1 foi conseguido aos 90+3’ e também porque era o último jogo antes do dérbi que pode ser decisivo para atribuir o título 2024/2025. Os leões perdiam desde os 27’ – marcara Félix Correia de penálti –, Maxi Araújo empatou aos 81', o que significa que à entrada para o tempo de compensação os verdes e brancos tinham apenas um ponto no bolso. Com o tento de Quaresma conseguiram os três da vitória, dois deles então agarrados depois dos 90’.

Antes, apenas na jornada 17 (3 de janeiro), no terreno do Vitória de Guimarães, o Sporting conseguiu ganhar pontos no tempo extra. Perdia por 3-4 desde os 84', Trincão empatou aos 90+5’, num jogo em que os leões estiveram a ganhar 1-0 aos 2’, Tiago Silva empatou aos 7’, depois os verdes e brancos chegaram ainda ao 3-1 aos 57’ e viram os vimaranenses marcar aos 69’, 82’ e 84’. Valeu o golo de Trincão para amealharem um ponto.

Ou seja, no total são três os pontos ganhos depois dos 90’ esta época na Liga, ainda assim um saldo negativo, porque ao contrário contam-se nesta altura quatro pontos: dois perdidos com o FC Porto e outros tantos com o Aves SAD.

No Dragão, a 7 de fevereiro na jornada 21, o Sporting marcou aos 42’ por Fresneda, chegou aos 90’ com três pontos, perdeu dois quando Namaso fez o 1-1 aos 90+4’. Com o Aves SAD, também fora, na ronda 23, os verdes e brancos ganhavam por 2-0 aos 33’, golos de Diomande e Gyokeres, mas viram Zé Luís reduzir de penálti aos 71’ e perderam dois dos três pontos quando aos 90+6’ Gustavo Mendonça empatou o jogo.

Curiosidade o facto de todos estes acontecimentos no tempo extra ocorrerem já com Rui Borges como treinador leonino, pois o transmontano chegou a Alvalade no dia 26 de dezembro. Antes disso também houve golos depois dos 90’, mas nenhum decisivo nestas contas dos pontos ganhos e perdidos no campeonato. Por exemplo, à memória vem logo o jogo com o SC Braga, no Minho, o último de Ruben Amorim pelo leão, em que houve reviravolta de 0-2 para 4-2. Harder marcou o quarto aos 90+4’, mas o 3-2 aconteceu aos 89’, no finalzinho mas ainda antes da compensação. Como antes da compensação, aos 87’, Afonso Patrão empatou (1-1) para os bracarenses em Alvalade, na jornada 28, a 7 de abril.

Na Taça de Portugal

Se sairmos do campeonato e olharmos para outras provas encontramos também golos decisivos do Sporting para lá dos 90 minutos. Na Taça de Portugal, na 3.ª eliminatória com o Portimonense, Conrad Harder foi o herói ao marcar dois golos – o primeiro aos 40’ e o segundo aos 90+4’, depois de os algarvios terem feito o 1-1 aos 87’, por Elijah Benedict.

Também na Taça de Portugal, nos oitavos, o Santa Clara empatou 1-1 aos 90+8’, por Pedro Ferreira, levando o jogo para prolongamento. Aí Gyokeres fez o 2-1 aos 112’, Harder tinha marcado aos 74’ num jogo que teve lugar a 18 de dezembro em Alvalade, como João Pereira como treinador. No encontro em Portimão o técnico era ainda Ruben Amorim.