
Nuno Barreto, antigo velejador e membro da direção da Federação Portuguesa de Vela (FPV), acredita em bons resultados de Portugal nos Mundiais de 470, mas lembra que o trabalho está a ser feito para os Jogos Olímpicos Los Angeles2028.Em Gdynia, na Polónia, de 6 a 14 de junho, Diogo Costa e Carolina João, quintos em Paris'2024, e Beatriz Gago e Rodolfo Pires, quartos no Europeu, vão representar Portugal no Mundial da classe mista 470, com Nuno Barreto, responsável pela equipa olímpica na FPV, a dizer à agência Lusa que há "duas duplas a fazer um bom trabalho de preparação com objetivos bem claros e determinados rumo a LA28".
"Acho que, neste momento, as duas equipas estão num bom momento de forma, estão a mostrar resultados do que está a ser feito. O trabalho de equipa entre as duas tripulações está a dar resultados e vão chegar ao campeonato, obviamente, com boas ambições, com boas perspetivas de poder sair deste Mundial com um bom resultado, mas neste trabalho o objetivo é quatro anos, não é um ano", assumiu.
O medalha de bronze em Atlanta'96 na mesma disciplina, ao lado de Hugo Rocha, assegura que a FPV não põe "pressão nenhuma naquilo que possa vir a ser o resultado", pois, neste momento, o foco está "a longo prazo".
"Pode surgir alguma coisa bonita no final da próxima semana, mas para já estamos com calma e estamos focados, muito focados no processo que está a ser desenvolvido com as duas equipas, em conjunto com o treinador. Neste momento, mantemo-nos focados no trabalho e no processo", afirmou.
Sobre as duas duplas, Nuno Barreto admite que Carolina João e Diogo Costa "têm mais anos de experiência", mas lembrou que Beatriz Gago e Rodolfo Pires "têm estado a mostrar nos últimos campeonatos que deram um salto de prestação que já se esperava há algum tempo".
"A Carolina e o Diogo vêm com mais experiência para trás, eles vêm com mais experiência olímpica, são mais velhos, é normal, mas neste momento não faremos diferença entre ambas as equipas, trabalhamos em conjunto. A mensagem clara que passámos foi que este trabalho em conjunto é para continuar até pelo menos Los Angeles e isto vai dar seguramente frutos, como já deu agora no Europeu, com as duas tripulações na 'medal race'", referiu.
Nuno Barreto disse que tem tentado passar a sua experiência na vela às duas duplas, para "poderem encarar as provas da melhor maneira".
"Tenho tentado tentar passar a experiência que acumulei nestes anos todos para que o processo de trabalho e a forma de trabalhar seja direcionada da melhor maneira e, ao fim ao cabo, para que não cometam os erros que nós cometemos na altura, se calhar por falta de experiência há 30 anos. Não vale a pena voltar a repeti-los e é nesse sentido que tenho muito tentado falar com eles, de poderem aproveitar a experiência que existe neste momento na federação para encurtar etapas", afirmou.
Nas anteriores edições, Portugal conseguiu três medalhas nos Mundiais de 470, na vertente masculina, com Nuno Barreto e Hugo Rocha a conseguirem a prata em 1997, repetida por Álvaro Marinho e Miguel Nunes em 2008 e por Diogo Costa e Pedro Costa em 2021.