
Nenhuma das 60 federações portuguesas avaliadas pelo índice de transparência no desporto apresenta na sua página na Internet todos os 15 documentos verificados neste estudo, que é apresentado em Bruxelas, esta quarta-feira.
Esta lista, a que agência Lusa teve acesso, analisou 60 estruturas de modalidades nacionais, entre as quais se destacam as representantes de golfe (FPG) e ténis (FPT), com 13 dos 15 documentos relativos à organização, métodos operacionais e atividades financeiras.
Com 12 dos 15 documentos disponíveis nos seus sítios na Internet seguem-se as federações de futebol (FPF), de ginástica (FGP) e de natação (FPN), enquanto que, com 11, constam as de voleibol (FPV), vela (FPV), basquetebol (FPB), lohan toa kempo e a Federação Académica do Desporto Universitário (FADU).
Andebol (FAP), atletismo (FPA), patinagem (FPP) e taekwondo (PORTKD) disponibilizam ‘online’ 10 dos 15 documentos, mesmo assim à frente de outras estruturas de modalidades olímpicas, caso do judo (FPJ), com nove, badminton, ténis de mesa, escalada e desportos de inverno, triatlo, canoagem e remo, com oito.
Pouco mais de um terço das representações nacionais (21) coloca nas suas páginas menos de metade dos documentos verificados (sete), entre as quais as olímpicas equestre, karaté, esgrima, surf, tiro, tiro com arco e tiro com arma de caças, assim como ciclismo, esgrima e râguebi.
As federações nacionais que menos documentos apresentam são as de jiu-jitsu, com apenas três, e todos referentes à estrutura organizativa, a de squash, com quatro, a de lutas amadoras, com cinco, e as de artes marciais chinesas, paraquedismo, pesca desportiva do alto mar e xadrez, com seis.
A Confederação do Desporto de Portugal (CDP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP) também só apresentam seis documentos, mesmo assim mais um do que os disponibilizados pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
A Fundação do Desporto apresenta sete e o Comité Olímpico de Portugal (COP) oito.
Centrando a análise no futebol, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) tem nove dos 15 documentos apreciados disponíveis na Internet, tantos quantos o FC Porto, mas mais um do que o Sporting (oito) e mais dois do que o Benfica (sete).
Este índice (Sport Transparency Índex) vai ser lançado, esta quarta-feira, na Vrije Universiteit Brussel, Brussels School of Governance, por ocasião de um fórum sobre o tema [“The Sport Integrity Forum: Good Governance and Transparency in Sport”].
O Sport Transparency Índex procurou avaliar, de forma objetiva e externa, os níveis de transparência e boa governação em todas as esferas das organizações desportivas, assentes em 15 indicadores.
Entre as informações procuradas, e avaliadas, constavam seis do domínio organizacional, como a estrutura de governação, o código de conduta, a composição da administração, os seus membros, a lista de patrocinadores ou parceiros e a Assembleia Geral.
As políticas de igualdade de oportunidades e diversidade, de privacidade e segurança de dados, de proteção de denunciantes, de consulta e envolvimento de ‘stakeholders’ e a política sobre apostas desportivas eram os documentos de índole operacional, enquanto os aspetos sobre os dados financeiros visavam a conformidade com normas contabilísticas, a divulgação dos relatórios financeiros e as políticas de contratação pública e ainda anticorrupção.