
O Benfica entrou no Mundial de Clubes com um empate frente ao Boca Juniors (2-2). Após a partida, Bruno Lage compareceu na conferência de imprensa e analisou a partida, falando ainda de João Félix, Álvaro Carreras, Nicolás Otamendi... e das saudades que terá de Di María.
Uma análise a este jogo de emoções fortes.
Fico com a sensação de que fomos o melhor em tempo em campo. Tivemos uma entrada muito boa, tivemos uma oportunidade muito boa do Renato. Depois, infelizmente, sofremos dois golos que nos penalizaram imenso. Conseguimos marcar um golo ainda na primeira parte e a nossa alteração ao intervalo foi para meter mais um homem perto do Pavlidis. Infelizmente, com a expulsão ficámos condicionados, no entanto, mesmo com 10, penso que fomos a melhor equipa em campo. Chegámos com muito mérito ao empate e sinto que podíamos ter vencido o jogo. Por isso, temos um ponto, queríamos ter três, faltam-nos dois jogos. Temos de fazer o máximo de pontos para seguir para a fase seguinte, que é o nosso objetivo.
Porque é que Akturkoglu e Kokçu não jogaram de início?
Tenho de ter a mentalidade de selecionador. Há que olhar para a época desgastante dos dois. O Kokçu saiu na final da Taça com uma lesão. Viram hoje que tem uma ligadura no meio da perna quase até ao tornozelo. Na segunda parte podiam entrar com a temperatura mais fresca, dando energia e andamento que queríamos. Foi uma época desgastante. O Renato e o Bruma adaptaram-se muito bem ao clima e vieram com uma energia muito boa. Senti que podia começar com eles.
O Benfica precisa de um lateral direito ou se ganha hoje um lateral direito com o Aursnes? João Félix esteve esta noite a assistir este encontro, os dirigentes do Benfica também estiveram. Gostava que algo tivesse ficado fechado?
O Fredrik é um jogador fantástico, mas conto com ele noutra posição. No decorrer do jogo, pode jogar ali e ajudar-nos. Não há problema, mas a começar de início não. Precisamos de um defesa direito.
Sobre o João, tem de haver vontade das duas partes, e a vontade é também o aspecto financeiro. E nós sentimos que há vontade dos dois lados, mas tem que haver o aspecto financeiro: quanto é que realmente nós temos para gastar no João. Depois também, o lado do João, de entender que o Benfica neste momento não pode suportar o seu salário. Isto é para ser claro, porque nós sabemos muito a vontade que o João tem em voltar ao Benfica.
O que acho do apoio dos adeptos do Boca?
Foi fantástico, realmente um ambiente fantástico. O jogo teve muita energia, dentro do campo e fora do campo. Na segunda parte, sinto que o jogo teve muitas paragens, podia ter mais ritmo, infelizmente não teve. Nós somos uma equipa que tem ritmo, e eu senti que o Boca não iria suportar o nosso ritmo, se nós mantivéssemos o ritmo. O apontamento que eu faço é que cinco minutos de compensação é realmente curto. Mas realmente foi um jogo com muita energia fora do campo. Sentimos que estávamos a jogar fora, porque os adeptos do Boca Juniors preencheram grande parte do estádio. Mas também com orgulho enorme, porque os nossos adeptos fizeram-se ouvir e apoiaram a equipa quando mais precisávamos. Por isso foi um jogo muito interessante de acompanhar. Agora é uma corrida pelos pontos. Aquilo que é mais importante para nós é vencermos o próximo jogo, conquistar três pontos.
Qual a sua opinião sobre o jogo de Álvaro Carreras?
Começou intermitente, mas depois acho que cresceu, e acaba por ter uma boa oportunidade já na segunda parte para marcar golo. Estamos muito felizes com o Álvaro, o Álvaro está muito feliz em estar no Benfica, e foi um prazer enorme... e continua a ser um prazer enorme trabalhar com ele.
Qual é a importânicia de Otamendi?
É muito importante. E aproveito a sua pergunta para mais uma vez valorizar o trabalho da nossa equipa técnica. Com certeza somos uma das equipas da Europa que marca mais de bola parada. Mérito e criatividade do nosso staff em idealizar sempre movimentações para criar essas oportunidades. Temos um registro de golos muito bons O Nico está a fazer uma época fantástica. Já tinha superado os golos de bola parada na época. Fez mais um. É um jogador muito importante para nós nesse momento. Quer a atacar, quer a defender. Uma experiência enorme, liderança e um exemplo no profissionalismo e no trabalho.
Vai ter saudades de Di María?
O Di María é um jogador profissional, e para mim ele é um grande ser humano. Vou ter muitas saudades dele e de trabalhar com ele. Para além de ser um grande jogador, respeitou sempre todas as minhas decisões. Isso é muito importante para mim. É um orgulho enorme trabalhar com ele como jogador, mas, acima de tudo, como homem e o exemplo que dá aos colegas. Ao longo da época, aceitou sempre muito bem as minhas decisões.