Cumprem-se esta terça-feira 35 anos sobre o momento mais alto da história do Estrela da Amadora, que a 3 de junho de 1990 derrotava o Farense numa finalíssima que decidiu a Taça de Portugal, no Jamor, e na Reboleira celebrou-se como nunca.

Rebelo fez parte desse momento de história e recorda a A BOLA o que viveu. «Não sei se conhece a Amadora ou se tem a noção de onde é o estádio… começa-se lá em cima e aquilo é uma descida íngreme, até lá abaixo [ao Estádio José Gomes]. Posso garantir-lhe que, no início da descida, o autocarro não andava, tal era a imensidão, era uma multidão, algo que nós nunca esperaríamos que isso pudesse acontecer! Estávamos longe de imaginar que alguma vez tivéssemos uma receção daquelas», lembrou.

«O autocarro não conseguia andar, demorámos uma meia hora a descer aquela rua, que se faz em dois ou três minutos, não é? A alegria que foi para as gentes da cidade, para os fãs do Estrela, e até nós, jogadores, era impensável podermos fazer uma festa destas! Como vê, isto nunca se esquece e, no meu caso, é um título - posso dizer que ganhei um título, nem todos têm essa felicidade e, jogando no Estrela, ganhar uma Taça de Portugal é mesmo uma coisa inédita», relembra, com visível felicidade.

O antigo defesa, hoje com 64 anos, ergueu o troféu que ainda hoje reside em destaque na vitrina do Estrela, 35 anos passados. Hoje, o clube amadorense disputa a Liga, após uma travessia no deserto que quase levou à sua extinção.

Rebelo não esconde a felicidade de continuar a ver o seu Estrela entre os grandes. «Para a cidade da Amadora é uma glória, porque o Estrela, como o clube que é e a história que tem, é só ter-se noção dos jogadores que lá passaram e depois foram internacionais, imensos craques e, neste momento, alguns são treinadores de renome. Há que ter orgulho neste clube, porque formou tantos jogadores e fez tantos craques», recordou.

«O Estrela é uma escola, um clube muito conhecido por toda a gente e de que toda a gente gosta. Qualquer jogador ou treinador queria passar no Estrela porque parece que havia um feitiço qualquer, em que os jogadores começavam ali e depois iam para grandes clubes e os treinadores também, depois iam para clubes com outra dimensão», enalteceu, apontado a um lote de nomes bem conhecidos.

Pelo Estrela passaram nomes como Fernando Santos, João Alves, José Mourinho, Manuel Fernandes ou Jorge Jesus, o que, para Rebelo, torna este um clube único. «É uma satisfação ver os treinadores que ali começaram carreiras fantásticas, extraordinárias», reforçou.