
Bruno Lage deixou críticas ao árbitro Luís Godinho após a final da Taça de Portugal, em que o Benfica perdeu com o Sporting no prolongamento (1-3). Na conferência de imprensa - não marcou presença na flash interview -, o treinador encarnado apontou o dedo principalmente ao "segundo amarelo não mostrado" a Hjulmand, ao lance com Belotti e Matheus Reis e à jogada que teria dado o 2-0 às águias mas foi anulado. Em seguida, deixou a porta da saída aberta: "Vim para ser a solução, para ajudar. O próximo passo é conversar com o presidente e perceber que, o que for benéfico para o Benfica, assim será."
"Antes de mais, primeira palavra para os nossos adeptos, apoio fantástico. O que mais queríamos era oferecer este troféu aos adeptos, pelo apoio ao longo da época. A seguir, uma vez mais, dizer que tenho orgulho nos meus jogadores, cumpriram à risca o que tínhamos planeado. Um orgulho enorme nesta equipa. Depois, dizer que são 45+45, e depois mais 9 minutos e 30 segundos em que fomos claramente a melhor equipa. Permitimos uma transição que originou o lance do empate. Criámos várias oportunidades de golo. E depois, não queria, porque há dois dias vi a conferência do senhor árbitro, e ele fez questão de dizer que o mais importante era olhar para o nosso trabalho, mas hoje tenho de lhe dizer que errou. Se quer manter o critério de dar o amarelo ao Samuel, tem de manter o critério ao longo do jogo. Há um segundo amarelo que não foi mostrado ao capitão do Sporting, há uma situação caricata junto à bandeirola aos 90'+5 sobre o Belotti em que o VAR devia chamar o árbitro e tomar uma decisão. Na minha opinião, o lance do nosso segundo golo é duvidoso. Vejo que o Carreras toca na bola. Infelizmente não conseguimos. Assumir a parte da responsabilidade. Nestes jogos com o Sporting, os postes também não quiseram nada connosco. O que não me canso de dizer é que tenho um orgulho enorme nos meus jogadores", começou por dizer
Diz que assumiu a responsabilidade, mas aponta os erros de arbitragem. O Benfica perde esta Taça por causa da arbitragem?
"Pedem-me para fazer uma análise do jogo, eu faço-a nas diversas situações. Naquilo que foi a performance da nossa equipa, acho que durante 99 minutos e 30 segundos fomos a melhor equipa, temos várias oportunidades para fazer o 1-0, depois o 2-0. Repito, o Carreras toca primeiro na bola. E depois faço uma análise da arbitragem, claro. O mais importante neste momento é assumir a responsabilidade de não termos conseguido conquistar o título".
Já tinha definido que só iria utilizar Di María se o resultado estivesse em aberto? Ainda tem condições para continuar no Benfica depois de falhar mais um objetivo?
"Vou repetir o que lhe tenho dito. Nunca poderei retribuir da mesma forma o que o Benfica já me deu. É a primeira vez que venho a uma final da Taça, o meu filho de 10 anos estava na bancada e eu cheguei aqui há muito tempo para treinar meninos de 10 anos. Jamais serei um problema. Vim para ser a solução, para ajudar. O próximo passo é conversar com o presidente e perceber que, o que for benéfico para o Benfica, assim será. Sobre a primeira pergunta, definimos a melhor estratégia para o jogo. Na minha opinião, correu na perfeição. O jogador que jogou na posição do Di María fez um bom jogo, marcou um golo. E depois o jogo foi pedindo outras situações. Acho que tomámos a melhor decisão de início, controlámos sempre o jogo e a linha defensiva esteve muito bem. Trocámos a posição do António pela do Otamendi e correu na perfeição. A equipa soube ter o controlo do jogo. Depois o Kökçü sentiu um toque e fomos fazendo as alterações em função do momento. Di María? Foi um exemplar profissional ao longo da época. Tanto ele, como eu, queríamos terminar a época com o troféu. Ele tem uma história lindíssima ao serviço do Benfica e, mais do que ninguém, está triste pela forma como não conseguimos oferecer este troféu aos adeptos".
Rui Borges referiu que o Benfica se preocupou demasiado em aguentar o resultado. Tem a mesma opinião?
"Fizemos o 2-0... Temos várias oportunidades depois ao 1-0 para poder marcar. Há uma oportunidade fantástica do Belotti no final. Não me lembro de uma defesa do Samu durante 45+45 e, depois, mais 10 minutos. Que, na minha opinião, foram completamente exagerados. Não me lembro de ver o Sporting criar uma oportunidade de perigo. Mas isso é a opinião de cada treinador. Esta é a minha. Temos uma entrada muito boa na 1.ª parte, há uma bola no poste, outra oportunidade do Bruma, há o lance do 1.º golo, o do 2.º, e depois mais uma oportunidade do Belotti. Acho que criámos para poder vencer. Não o conseguimos. E o que sinto é que saímos de uma situação de 2-0 para o resultado final".