

Entre os dias 25 de maio e 8 de junho, o mundo do ténis vai concentrar-se em França, mais precisamente em Roland Garros. O segundo Grand Slam da temporada está prestes a começar e espero que seja um torneio a fazer jus ao nome. Contudo, Roland Garros não vai contar com a participação de Rafael Nadal que venceu o torneio por 14 vezes com um recorde de 112 vitórias e quatro derrotas. Apesar de não termos “Rei do Saibro” em jogo, o torneio parisiense está mais aberto do que nunca. O sorteio já está definido e grandes jogos adivinham-se nas rondas finais.
Muitas questões pairam no ar, tais como: Carlos Alcaraz revalida o título de campeão? Como Jannik Sinner vai se apresentar depois da derrota em casa? Novak Djokovic conquista, finalmente, o seu 100.º torneio ATP? Os portugueses vão chegar longe no torneio? Iga Swiatek estará em forma para defender o título? Estas e outras tantas questões serão respondidas nas próximas semanas.
O sorteio realizado pelo avançado do Paris Saint-Germain, Ousmane Dembele ditou que podemos ter uns quartos de final de muita categoria. De um lado, Sinner frente a Jack Drapper e Alexander Zverev contra Djokovic. Do outro lado, há a possibilidade de termos Taylor Fritz versus Lorenzo Musetti e o campeão em título de defrontar Casper Ruud.
Carlos Alcaraz está em excelente forma, vem de Itália com a moral em alta depois do grande torneio que fez, e tem tudo para conquistar o seu 20.º troféu. O murciano teve um sorteio tranquilo em comparação com os principais rivais, mas vai ter um jogo complicado na primeira ronda ao defrontar o veterano japonês Kei Nishikori.
O regresso de Sinner a um Grand Slam vai ser complicado, devido ao sorteio que teve e também, há derrota na final do Open de Itália. O italiano está na mesma metade da chave que Novak Djokovic, Alexander Zverev e outros candidatos franceses. Na abertura do torneio, o número um do ranking ATP vai encontrar-se com o francês Arthur Rinderknech.
O recém aniversariante, Novak Djokovic, vai tentar colocar um ponto final nesta espera que dura há 10 meses para vencer o seu o 100.º torneio ATP. Agora com 38 anos, o sérvio chega a Paris sem Andy Murray como treinador e tenta voltar ao seu melhor nível. A idade pode ser um entrave à conquista, mas este ano já mostrou que a qualidade ainda está lá. Djokovic vai defrontar o norte-americano Mackenzie McDonald na primeira partida do torneio.
Até ao momento, temos dois portugueses no quadro principal, Nuno Borges e Jaime Faria, mas podemos ter mais um. Henrique Rocha está a uma vitória de se juntar aos seus compatriotas. O atual 201 do ranking mundial derrotou Tomas Barrios Vera por 7-6 e 6-3 na segunda ronda do qualifying. Esta sexta-feira, joga contra o francês Luca Van Assche para chegar ao quadro principal.
Nuno Borges ainda não tem adversário no Roland Garros e aguarda pelo fim da fase de qualificação para conhecer o seu oponente. O número um português poderá enfrentar Henrique Rocha na ronda inaugural. Borges se vencer a eliminatória, no jogo seguinte pode encontrar-se com Casper Ruud, finalista em 2022 e 2023. Jaime Faria já sabe quem é o seu primeiro adversário e não será um jogo fácil. O norte-americano, Jenson Brooksby é quem vai medir forças com o português. Recentemente, Brooksby venceu o Open de Houston, em terra batida.
Em relação ao sorteio feminino em Roland Garros, a atual detentora do troféu, Iga Swiatek, vai começar a sua campanha contra a tenista eslovaca Rebecca Sramkova. A polaca não está em boa forma e saiu do Top 3 mundial, na sequência das derrotas consecutivas em Madrid e Roma. Outro fator que vai tornar a revalidação do título complicada chama-se Aryna Sabalenka. As duas podem defrontar-se nas meias-finais e a bielorrussa, número um do ranking mundial, enfrenta Kamilla Rakhimova na ronda inaugural.
Não é fácil, em Roland Garros, escolher um vencedor, nem no masculino, nem no feminino, até porque temos alguns outsiders que podem surpreender como Jack Draper, Lorenzo Musetti, Jakub Mensik, Francisco Cerúndolo, João Fonseca e Mirra Andreeva. O que eu mais quero é passar os meus dias a ver grandes jogos de ténis e que os tenistas portugueses cheguem o mais longe possível.