
O testemunho de Stinfale foi prestado no julgamento de sete profissionais de saúde, acusados na morte do antigo futebolista, cujas adições eram conhecidas.
Stinfale questionou com dureza a equipa médica responsável pela hospitalização domiciliária de Maradona, depois da última cirurgia e até à sua morte, considerando "uma brutalidade" que Maradona "tenha morrido porque não viram como estava o seu coração, que estava todo inchado".
"Em teoria, tinha um médico para isto, um médico para aquilo e Luque [o médico de cabeceira] que ajudava se os outros médicos não cumpriam o objetivo", acrescentou Stinfale, que assessorou Maradona em questões legais durante alguns anos e manteve uma relação de amizade.
Stinfale recorda que ouviu dizer a um enfermeiro que Maradona tinha 110 pulsações em repouso.
"A ser assim, foi uma loucura não o internar, tinha de se chamar uma ambulância, um médico, fazer alguma coisa", disse, a propósito da decisão de manter o ídolo argentino em hospitalização domiciliária, em que "as coisas não foram corretamente feitas".
Em linha com outros depoimentos, assegurou que faltava equipamento médico na vivenda de Maradona e que "o que se disse em teoria não aconteceu".
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, quando recuperava de uma cirurgia a um hematoma subdural na cabeça.
A primeira autópsia, feita por uma junta médica, concluiu que o antigo futebolista morreu em consequência de "edema agudo do pulmão secundário e insuficiência cardíaca crónica reagudizada".
Durante a audiência de hoje, no Tribunal Criminal Número 3 de San Isidro, província de Buenos Aires, também se espera as declarações de Dalma Maradona, filha de 'El Pibe'.
Desde a morte do pai, os filhos têm sido muito críticos em relação à equipa médica acusada. No processo, os juízes deverão determinar se os acusados são culpados de homicídio simples com dolo eventual, a que corresponde um máximo de 25 anos de prisão.
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Lusa/fim