
Abel Ferreira falou nesta quarta-feira sobre o seu reencontro com o Al-Ahly. Os africanos já estiveram no caminho do Palmeiras duas vezes em Mundiais, e em ambas as ocasiões Abel liderava a equipa brasileira. O treinador elogiou o adversário e reconheceu alguns antigos oponentes.
"O destino quis que nos encontrássemos novamente. Somos velhos conhecidos. O guarda-redes e o lateral são os mesmos. Tenho o máximo respeito, é uma equipa bem treinada, bem organizada. Têm bons momentos de contra-ataque, possuem um avançado alto, rápido, que ataca bem a profundidade. Mas estamos preparados, amanhã é um novo capítulo, num grupo equilibrado, onde tudo pode acontecer. Estamos à espera de um grande jogo", comentou o técnico do Palmeiras, respondendo a uma pergunta de um jornalista egípcio.
Bicampeão da Libertadores com o Palmeiras, Abel enfrentou o Al Ahly no Mundial de Clubes em 2021 (referente ao Mundial de 2020) e 2022. No primeiro encontro, perdeu nos pênaltis e ficou de fora da final. Na segunda ocasião contra os egípcios, venceu por 2 a 0 e disputou o título com o Chelsea, que venceu na prorrogação.
Para o confronto desta quinta-feira, Abel ocultou a escalação inicial, e apenas garantiu que Paulinho só pode jogar por no máximo 30 minutos. "Não posso utilizá-lo por mais de 30 minutos, e ponto final", concluiu a questão.
Futebol brasileiro x futebol europeu
Aproveitando a estreia diante do FC Porto com um empate sem golos, Abel Ferreira foi questionado sobre se o futebol brasileiro pode competir com o europeu neste mundial, dando seguimento ao empate também do Fluminense contra o Borussia Dortmund. O português refletiu sobre o assunto.
"As equipas brasileiras aqui conseguem competir. Ninguém fica com a sensação na Europa de que o futebol brasileiro é lento, o que acontece no Campeonato Brasileiro. Porque não damos tempo de recuperação aos jogadores, porque os relvados não são tão bons, porque viajamos de noite. Então, quando proporcionamos todas as condições, vemos as equipas brasileiras competitivas. Como já disse, o Campeonato Brasileiro, se não é o mais competitivo, é um dos mais do mundo", começou por explicar.
Abel expressou "orgulho de estar no Brasil", apesar das propostas que recebeu para sair nos últimos anos, e vê o futebol brasileiro com "pequenos detalhes" para melhorar.
"Cada vez mais, há treinadores qualificados, equipas qualificadas, com capacidade de recrutar jogadores com mais recursos técnicos. A diferença está no nosso pensamento, no que acredito. Se pensar que sou inferior aos outros, serei mesmo. Se acreditar que com trabalho posso organizar, não tem nada a ver com a nacionalidade", afirmou.
O facto de os europeus estarem no final da temporada, para Abel, não passa de desculpa. "Estamos com 36 jogos, o Porto com 50. Antes, chegávamos ao Mundial com 70 jogos. São desculpas", opinou.
Se o Verdão enfrenta o Al Ahly, pelo mesmo grupo o Porto joga contra o Inter Miami, numa quinta-feira que promete ser decisiva no grupo A do Mundial.