Desempenhou funções em vários departamentos. Foi assessora do presidente, esteve no departamento de marketing, foi diretora administrativa e diretora de competições. Em 2017 passou para a direção executiva. Foi CEO e hoje é presidente da Liga Portugal, neste momento de viragem. Com que espirito é que abraçou este cargo, ainda que de forma interina? 

Tenho muito orgulho em liderar a Liga Portugal neste período de transição. Encaro esta fase com toda a naturalidade e com um grande espírito de missão. Agradeço muito a confiança que me foi dada, obviamente pelo atual presidente da Federação, pela direção e pelos clubes que manifestaram esta concordância, em sede da Assembleia Geral e também na Cimeira de Presidentes. Estou praticamente há 25 anos no futebol profissional e sinto-me em casa. Tenho uma relação de confiança com todos os clubes, com os seus dirigentes, com os presidentes e com todos os agentes desportivos. Eu conheço-os bem e eles também sabem quem eu sou. Como é que eu funciono e como é que eu trabalho. São muitos anos de relações de trabalho conjunto e conheço bem todas as dinâmicas. Tenho muito tempo de Liga e muita experiência para manter esta máquina completamente operacional, que é aquilo que me está a ser exigido neste momento. Também tenho de lhe dizer que estou muito bem ladeada, e tenho grandes profissionais ao meu lado. Mantivemos dois elementos da direção executiva, o Dr. Vasco Pinho e o Dr. José Carlos Oliveira, que são dois colegas da direção executiva que se mantiveram comigo, para ter esta ajuda e esta estabilidade. Encaro isto com total naturalidade para garantir que tudo decorre dentro dos níveis de exigência que são, hoje, apanágio da Liga. Sei que com a ajuda de todos eles saberei estar à altura da responsabilidade. 

O primeiro ato oficial que teve foi a presença no jogo Aves SAD- Sporting. Depois de toda a cordialidade inicial, foi o jogo que acabou por trazer de volta todo este ruído, que não é novo, mas que passou a ser evidente nos últimos dias com a arbitragem. Vai ser sempre assim? 

Da parte da Liga, como sabe, a Liga paga um serviço de arbitragem. São situações que acontecem, que têm que ser ultrapassadas e resolvidas. Há um ponto que é muito importante que é o facto de nós termos uma tipologia de dirigentes diferente. Eles são adversários em campo, mas depois, em tudo o resto, são parceiros de negócio. Estes temas que vão acontecendo, nomeadamente com arbitragem, serão seguramente um daqueles dossiers que, no meio de outros, o presidente da Federação e a direção da Liga, estão em cima de mesa para trabalhar.  O nosso lema é o futebol que nos une, e é também esse o lema do presidente da Federação, por isso penso que esta articulação entre as instituições é o garante de que estes temas, a partir de agora, terão outro tipo de cuidado e de tratamento. Estamos certos de que este será um dos dossiers urgentes para esta direção da Federação e, da nossa parte estaremos completamente disponíveis para ajudar naquilo que for necessário. 

Institucionalmente Frederico Varandas, Rui Costa e André Villas-Boas estiveram lado a lado na tomada de posse de Pedro Proença. Até há imagens dos presidentes de Sporting e Benfica à gargalhada no Arena FPF e depois no exterior as críticas subiram de tom. Isto não tem solução? 

Isto é uma atividade económica e é importante manter o nosso bom nome. Todos os presidentes destas sociedades desportivas em questão, são um novo posicionamento de dirigentes. Eu acredito muito neste novo posicionamento de dirigentes, confesso. Sei que no essencial eles estão unidos e alinhados. Estas divergências que vão acontecendo são fruto do dia a dia do jogo e são pontuais, Vão sempre existir, faz parte daquilo que é o próprio jogo, mas acredito muito nesta nova geração de dirigentes, que olha e encara esta atividade como aquilo que os separa são os 90 minutos dentro de campo e, em todo o resto, são parceiros de negócio. Esta visão é fundamental para o desenvolvimento do futebol português. 

Eu acredito muito neste novo posicionamento de dirigentes, confesso. Sei que no essencial eles estão unidos e alinhados.

Em 2010 decidiu publicar um livro. «A arbitragem e o futebol português». Porquê? 

Vinha da gestão e da diplomacia e fui fazer um Mestrado em Gestão Desportiva porque achei que devia saber mais sobre futebol. Na altura fiz a minha tese de Mestrado e arranjei essa área porque na altura estava a fazer assessoria à presidência e procurei áreas onde pudesse tocar sobre futebol. Surgiu-me a organização da arbitragem e como havia muitos poucos trabalhos nessa área e então decidi publicar o que tinha feito, para que outros conseguissem ter acesso.