À margem da comemoração do primeiro jogo oficial de futebol realizado em Portugal (2 de março de 1894), no Oporto Cricket and Lawn Tennis Club, André Villas-Boas reconhece que a época não está a correr de feição ao FC Porto do ponto de vista desportivo, mas promete mais empenho da sua Direção. «Vitória em Arouca? Sigo daqui diretamente para Arouca e com a esperança dessa vitória. Tem sido um ano difícil para todos os portistas, principalmente por estas oportunidades que tivemos de encurtar distâncias. O campeonato mantém-se aberto e vamos acreditar nisso até ao fim. Seguramente, para lá chegar, precisamos de fazer melhor o nosso trabalho e é com essa convicção que vamos a Arouca», disse. 

O presidente azul e branco abordou ainda arivalidade Porto-Lisboa desde o primeiro jogo de futebol: «Sim, a rivalidade sempre é presente. Os primeiros pontapés que marcam também o início dessa rivalidade. O primeiro jogo oficial em Portugal, o primeiro jogo oficial do FC Porto, fundado em 28 de setembro de 1893. Fazia jogos-treino no hipódromo de Matosinhos, mas dá aqui o seu pontapé oficial e inicial nesse jogo, nesta Cup del Rey. Para mim é um motivo muito especial, porque tive os meus tios bisavós que jogaram neste primeiro jogo. O meu bisavô, o Edward, não jogou porque estava lesionado. Jogou nesses primeiros jogos no hipódromo de Matosinhos, jogos-treino, e depois, mais tarde, chegou a ser capitão do FC Porto em 1906. Há muita história pessoal minha relacionada com este evento. Os Pinto Bastos, que estavam representados do outro lado, trouxeram o futebol para Portugal, e neste jogo teve também grande presença o fundador do FC Porto, António Nicolau de Almeida. Portanto, muita história do FC Porto e muita história do futebol em Portugal, com muita influência britânica, porque este primeiro onze foi uma mistura entre os jogadores do FC Porto e os jogadores do cricket. Esperamos agora inverter a história e colocá-la no sítio certo, trazendo a Cup del Rey para o Museu do FC Porto, que achamos que ficava lá melhor», disse ainda.

Depois, falou sobre a recente novidade do lançamento do portal do sócio do FC Porto e o seu objetivo em concreto: «Incrivelmente, foi um passo que tivemos que dar na transformação digital, um passo decisivo na transformação digital. Por incrível que pareça, a realidade é que um sócio do FC Porto não se poderia tornar sócio em qualquer parte do mundo. Portanto, era apenas um passo natural que tínhamos que dar. Conseguimos concluir este portal nestes últimos oito meses de trabalho. Está agora concluído e isso refletiu-se precisamente na quantidade de adesão que tivemos. Portanto, mais de 1500 sócios neste momento e com esperança de criar novas dinâmicas. Os próximos passos agora serão lançar campanhas específicas, não só campanhas de angariação de sócios, mas também campanhas que estão relacionadas com o regresso a casa, tanto os sócios que se foram perdendo no outro caminho. Temos esta ambição de lançar campanhas especiais para esses sócios e dessa forma crescer mais exponencialmente através do portal», realçou.

Por último, abordou as histórias das famílias no futebol. «São histórias que são retratadas no tempo, são muitos anos para trás. Depois há sempre quem acrescenta um ponto a cada conto. Mas são histórias de vivências, acima de tudo, do FC Porto e dos primeiros passos do futebol em Portugal. Num país tão pequeno que dá tanto ao futebol, entre talento, jogadores, treinadores, atletas, diferentes modalidades, masculino e feminino, e que continua a engrandecer o nosso país, é ótimo recordar como foram os primeiros pontapés e é isso que vamos fazer aqui hoje, com o pequeno objetivo de inverter um pouco a história e desta vez o FC Porto levar o troféu para o seu museu», finalizou.