
O vencedor do Festival Eurovisão da Canção 2025, o austríaco JJ expressou publicamente o desejo de que Israel seja excluído da próxima edição do evento, prevista para 2026 em Viena, na Áustria.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, JJ criticou a participação de Israel na competição, destacando o impacto negativo da guerra em Gaza e lamentando a falta de uma posição firme por parte da União Europeia de Radiodifusão (EBU) em relação ao assunto.
"É muito dececionante ver que Israel continua a participar no concurso. Gostaria de ver a Eurovisão no próximo ano em Viena e sem Israel. Mas a bola está no campo da UER. Nós, os artistas, só podemos levantar a nossa voz sobre este assunto", afirmou ao jornal espanhol.
O artista de 24 anos, filho de pai austríaco e mãe filipina, criticou ainda a Eurovisão por proibir a exibição de bandeiras palestinas e LGBTI+.
"Vou aproveitar a oportunidade e utilizar esta grande plataforma como a Eurovisão para defender os direitos de toda a comunidade queer e garantir mais igualdade. Ainda existe um enorme estigma à nossa volta e, infelizmente, a Europa está a tornar-se cada vez mais conservadora, dando passos para trás", afirmou.
Relativamente ao evento, o austríaco JJ defende a implementação de mudanças, na sequência das sucessivas polémicas deste ano.
“É preciso, sobretudo, fazer alterações ao nível do sistema de votação e de quem participa no festival”, defende.
Atuação de Israel tem gerado polémica
Recorde-se que Israel ficou em segundo lugar, com 357 pontos, dos quais 297 vieram do televoto. Já o júri profissional atribuiu apenas 60 pontos à atuação israelita, colocando-a na 15.ª posição entre os países avaliados pelos jurados.
Dois dias após a final do Festival Eurovisão da Canção, a RTVE — televisão pública espanhola — decidiu solicitar uma auditoria para apurar eventuais irregularidades relacionadas com o televoto em Espanha, que no passado sábado atribuiu a pontuação máxima (12 pontos) à canção de Israel, New Day Will Rise, interpretada pela jovem Yuval Raphael.
Segundo o jornal El País, a investigação pedida à União Europeia de Radiodifusão (UER) foi motivada pelo facto de Israel ter recebido a pontuação máxima do televoto espanhol (12 pontos), apesar de não ter obtido qualquer ponto do júri profissional.
Tensão aumenta entre Espanha e Israel
No domingo, o ministro israelita da Diáspora e da Luta contra o Antissemitismo considerou que a pontuação do televoto espanhol recolhida pela canção de Israel no Festival da Eurovisão foi uma "bofetada" na cara do primeiro-ministro de Espanha.
Pedro Sánchez, defendeu, na segunda-feira, a exclusão de Israel do Festival Eurovisão da Canção e de outras competições internacionais, tal como aconteceu com a Rússia após a invasão da Ucrânia, em 2022.