Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da União Europeia encontram-se esta terça-feira em Bruxelas para discutir o apoio à Ucrânia e o potencial cessar-fogo com Moscovo, mas também os "últimos desenvolvimentos" no Médio Oriente, com foco em Gaza.

À chegada à reunião, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, disse aos jornalistas que espera uma reação forte dos Estados Unidos da América caso a Rússia recuse um cessar-fogo na Ucrânia.

Em relação ao conflito no Médio Oriente, disse que vai ser "uma discussão muito difícil", mas afirma que o mais importante é que a ajuda humanitária deve chegar a Gaza o mais rapidamente possível.

Os ministros encontram-se esta terça-feira em Bruxelas para discutir o apoio à Ucrânia e o potencial cessar-fogo com Moscovo, mas também os "últimos desenvolvimentos" no Médio Oriente, com foco em Gaza.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, participa na reunião, que é encabeçada pela Alta-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também vai participar no encontro, como convidado, uma vez que 23 dos 32 países da organização político-militar são Estados-membros da UE.

É expectável a adoção de um novo pacote de sanções contra a Rússia

A reunião vai começar uma atualização sobre a guerra na Ucrânia, com o homólogo ucraniano, Andrii Sybih, por videoconferência.

É expectável a adoção do 17.º pacote de sanções à Rússia. Este novo pacote irá focar-se, entre outros aspetos, nas chamadas "atividades híbridas" de Moscovo.

Na semana passada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantia que o bloco comunitário ia "continuar a pressionar o Kremlin (presidência russa)" e que a aprovação do 17.º pacote de sanções ia "restringir ainda mais o acesso à tecnologia no campo de batalha".

O encontro em Bruxelas acontece um dia depois de contactos telefónicos, mantidos de forma separada, pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, com os homólogos ucraniano e russo, Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, respetivamente, para abordar um potencial acordo de paz.

Ministros também vão abordar "últimos desenvolvimentos" no Médio Oriente

Os governantes com a pasta da diplomacia do bloco político-económico irão abordar ainda os "últimos desenvolvimentos" no Médio Oriente, nomeadamente o bloqueio de Israel à entrada de alimentos e de outros itens de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Numa altura em que Israel intensificou a ofensiva militar contra o enclave palestiniano, controlado pelo grupo extremista Hamas desde 2007, são várias as vozes internacionais que têm alertado para o cenário de fome vivido no pequeno território.

Foi o caso do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que afirmou que dois milhões de pessoas estão a passar fome na Faixa de Gaza, onde a escassez de alimentos aumentou devido ao bloqueio israelita à ajuda humanitária.

Na segunda-feira, em Londres, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que o direito internacional está a ser "sistematicamente violado" em Gaza, onde uma população inteira é alvo de um "uso desproporcionado da força" por parte de Israel.

Já no sábado, António Costa tinha pedido o fim do bloqueio israelita e denunciou uma "tragédia humanitária".


- Com Lusa