As declarações Rustem Umerov surgem depois de a Ucrânia ter assinado esta semana um acordo nesse sentido com a Dinamarca.

"A Ucrânia vai lançar um programa de produção conjunta de armamento com parceiros internacionais: na Ucrânia e nos países que participam no [Formato] Ramstein. Já registámos a lei correspondente no parlamento e esperamos que entre em vigor em setembro", afirmou Umerov numa conferência de imprensa em Kiev.

Citado pela agência noticiosa Ukrinform, o ministro indicou que, neste momento, existem 21 iniciativas para produzir armamento em conjunto em território ucraniano com alguns dos maiores fabricantes globais e até dez projetos no estrangeiro.

"Cada um está numa fase diferente: para alguns já existem acordos específicos, outros ainda estão em negociação. Estamos a falar da Dinamarca, Reino Unido, Noruega, etc. Por exemplo, temos previsto abrir uma fábrica ucraniana na Dinamarca nos próximos meses", explicou Umerov.

No que diz respeito à produção na Ucrânia, o ministro garantiu que as autoridades estão a trabalhar num plano para a concentrar em certas regiões onde se possa garantir a sua segurança física.

A intenção é aumentar a produção de drones e, com isso, a intensidade e o alcance dos ataques contra o território russo, após os bons resultados obtidos no ano passado, segundo sublinhou Umerov.

O ministro da Defesa da Ucrânia explicou que, em 2024, foi possível atacar de forma regular e precisa alvos críticos da infraestrutura militar russa "nas profundezas" do seu território, graças ao desenvolvimento de "milhares de drones de longo alcance".

"Há duas semanas, decidiu-se multiplicar várias vezes o número de operações e estão a ser preparados contratos para dezenas de milhares de drones de longo alcance adicionais, a fim de aumentar a intensidade e o alcance dos ataques", insistiu.

Umerov também deu mais pormenores sobre o contingente norte-coreano deslocado para a província russa de Kursk para participar nas operações militares da Rússia.

Os 12.000 elementos que se estima terem entrado em combate fazem parte da "reserva pessoal" do líder norte-coreano, Kim Jong-un, um esquadrão de elite que, mesmo assim, sofreu perdas importantes.

"O uso da Rússia deste contingente de elite norte-coreano indica não só uma crescente dependência dos regimes totalitários, mas também problemas reais com a reserva e a mobilização", avaliou Umerov, que garantiu que a Coreia do Norte não está a tirar qualquer proveito desta guerra.

O ministro ucraniano afirmou que o regime de Pyongyang está a desperdiçar recursos e que a Rússia não está a cumprir com as suas obrigações. 

Apesar disso, Umerov salientou que não descarta que o líder norte-coreano aprove outra mobilização de soldados nos próximos dias.

O Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia foi criado em abril de 2022 pelos Estados Unidos, cerca de dois meses depois da invasão russa da Ucrânia, e reúne cerca de 50 países, incluindo Portugal.

As reuniões deste grupo foram regularmente realizadas na base militar norte-americana de Ramstein, no sudoeste da Alemanha.

JSD // SCA  

Lusa/Fim