
Portugal integra CitiVerse, projecto europeu que aposta na Inteligência Artificial e nos modelos virtuais, designados de “gémeos digitais”, para transformar o planeamento urbano, com recurso a tecnologia imersivas, baseadas em simulações em tempo real e plataformas digitais colaborativas.
O consórcio europeu, anunciado pela Comissão Europeia, integra 14 países que irão trabalhar soluções digitais para enfrentar os desafios urbanos e futuros. O projecto contempla a criação de réplicas virtuais de cidades que simulam o impacto das decisões em tempo real. Com estes modelos é possível prever os efeitos das alterações urbanas no tráfego, na poluição, no ruído, no consumo energético e até mesmo nos fenómenos extremos, como enxurradas e inundações.
O CitiVerse vai integrar cerca de 100 cidades europeias numa plataforma colaborativa. Trata-se de um investimento de mais de 80 milhões de euros, financiado pelo programa Europa Digital.
A futura directora regional de Competitividade, Inovação e Sustentabilidade, direcção tutelada pela Secretaria Regional de Economia, lidera a equipa de trabalho que está responsável pela investigação nas áreas de 'Desenvolvimento Económico, Educação e Turismo'. Andreia Collard destaca a necessidade de alavancar os mundos virtuais para a transformação das cidades com foco nas pessoas, através da aprendizagem, da formação profissional e das experiências culturais, sempre centradas no ser humano.
Na área da educação, os especialistas internacionais, liderados por Andreia Collard, recomendaram a aposta numa “educação resiliente e imersiva”, através dos mundos virtuais, de modo a garantir a aprendizagem para além dos espaços físicos, e fora do contexto de sala de aula. Por exemplo, nas regiões afetadas por guerras, por crises humanitárias ou por desastres naturais, onde não é possível garantir o direito básico à educação e até o ensino superior em espaços físicos, o ensino à distância, através de internet e em salas de aula virtuais proporciona “um sentido de normalidade, resiliência e esperança”, minimizando “os impactos educacionais e psicológicos que as crises provocam nos estudantes e nos professores, permitindo a prossecução dos estudos em situações de emergência, bem como nas fases de reconstrução e recuperação”.
Já para a “transformação do sistema económico” é recomendado um maior fomento da economia circular e da economia azul, assim como a criação de centros de trabalho remoto e de previsões económicas com utilização eficaz de dados, que auxiliem no processo de tomada de decisão e de planeamento de investimentos nas cidades, tanto para o sector público como para o sector privado.
Na área do “turismo sustentável e cultural” uma das propostas passa pela preservação do “património indígena e da identidade cultural”, através de experiências que combinem o espaço físico com o espaço virtual, reduzindo desta forma os impactos ambientais, que já se verificam em algumas zonas, derivados da grande afluência de turistas, gerando, assim, maiores benefícios e mais qualidade de vida para as comunidades locais.
Mais informação no site da Comissão Europeia, em https://digital-strategy.ec.europa.eu/en/policies/smart-cities-and-communities.