
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou na quarta-feira uma investigação aos conselheiros do antecessor, Joe Biden, para determinar se existiu ocultação da deterioração cognitiva do ex-governante, suspeitas que o político democrata classificou como "ridículas e falsas".
Trump ordenou à Procuradora-geral norte-americana, Pam Bondi, e a um conselheiro presidencial que investiguem para determinar "se certos indivíduos conspiraram para enganar o público sobre o estado mental de Biden e exercer de forma inconstitucional as autoridades e responsabilidades do Presidente".
"Nos últimos meses, tornou-se cada vez mais evidente que os conselheiros do ex-presidente Biden abusaram do poder das assinaturas presidenciais ao utilizarem uma caneta automática para ocultar o declínio cognitivo de Biden", indicou um comunicado divulgado pela Casa Branca (presidência), no qual é referido que, caso se confirme, "isso teria implicações para a legalidade e validade de inúmeras ações executivas".
Trump quer uma investigação sobre "quaisquer atividades, coordenadas ou não, para proteger deliberadamente o público de informações sobre a saúde mental e física" do ex-presidente democrata, bem como sobre eventuais acordos entre os conselheiros de Biden.
Joe Biden reagiu a este anúncio da Casa Branca, afirmando que as alegações são "ridículas e falsas".
"Deixem-me ser claro: fui eu quem tomou as decisões durante a minha presidência. Fui eu quem tomou as decisões sobre perdões, decretos, leis e proclamações. Sugerir que não fui eu quem tomou essas decisões é ridículo e falso", disse o ex-presidente, num comunicado.
O antigo governante democrata classificou ainda o memorando da Casa Branca como uma manobra de distração do atual Presidente e dos republicanos para esconder "uma legislação desastrosa que cortará programas essenciais como o Medicaid [programa de saúde] e aumentará os custos para as famílias americanas, tudo para financiar incentivos fiscais para os ultra-ricos e para as grandes empresas".
Segundo os argumentos da Casa Branca, "existem sérias questões sobre o processo de tomada de decisão e até do nível de conhecimento de Biden de que essas ações foram tomadas em seu nome", referindo-se às medidas executivas, nomeações e perdões adotados pelo democrata.
A ordem para a investigação foi emitida depois de Trump, nas redes sociais, ter descrito o alegado uso da caneta automática como "o maior escândalo político da história dos Estados Unidos".