"Após a tão esperada libertação dos reféns israelitas detidos pela organização terrorista Hamas, a imprensa alertou a comunidade internacional para o facto de estes reféns estarem mantidos em cativeiro nas instalações da UNRWA, a agência pela qual é responsável", destacou a eurodeputada francesa Céline Imart, numa carta datada de 27 de janeiro, coassinada por 29 dos seus colegas.

Imart conclui que a UNRWA "ajudou uma organização terrorista a esconder reféns, o que é política, moral e legalmente altamente repreensível", noticiou a agência France-Presse (AFP).

E pediu ao diplomata português que ponha "fim às operações da UNRWA" para não manchar os valores da ONU.

A curta foi divulgada no mesmo dia que Israel encerrou as operações da UNRWA no seu território, na sequência de uma lei aprovada em outubro.

Esta lei não proíbe a atividade da UNRWA na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza e a ONU garantiu hoje que a agência continua a trabalhar em todos os territórios palestinianos, incluindo Jerusalém oriental.

No final de janeiro de 2024, as autoridades israelitas acusaram 12 funcionários da UNRWA de estarem envolvidos no ataque de 07 de outubro, gerando uma onda de críticas contra a agência. Outros sete nomes foram adicionados posteriormente.

Uma investigação da ONU em agosto estabeleceu que nove membros da sua equipa "podem ter estado envolvidos" no ataque do Hamas a território israelita, que levou ao atual conflito em Gaza.

Mas o secretário-geral da ONU disse lamentar a decisão, que era "manifestamente irracional e contraditória com as obrigações internacionais de Israel".

Criada em dezembro de 1949, a agência ajuda os refugiados palestinianos forçados ao exílio após a criação de Israel, em 1948.

Presta serviços públicos, incluindo cuidados de saúde e educação, a quase seis milhões de palestinianos na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, bem como no Líbano, na Síria e na Jordânia.

 

DMC (ANC) // RBF

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