Os dados registam um aumento em relação a dados divulgados pela FP em 5 de fevereiro na rede social X, quando 54 estrangeiros estavam detidos por motivos políticos na Venezuela, entre eles 3 portugueses.

 O maior número de estrangeiros detidos, 22, é originário da Colômbia, 22, entre os quais 12 com dupla nacionalidade; seguindo-se 12 espanhóis, dez deles com documentação venezuelana, e nove cidadãos de Itália, dos quais oito têm dupla nacionalidade.

Na Venezuela estão também detidos cinco norte-americanos, dos quais quatro têm dupla nacionalidade e dois argentinos, um deles também venezuelano; um chileno-venezuelano e um húngaro-venezuelano.

Os restantes detidos são de nacionalidade alemã (um), checa (um), equatoriana (dois), guianense (um), holandesa (um), peruana (um), ucraniana (um) e uruguaia (um).

O FP não precisa quantos estrangeiros foram detidos no âmbito da repressão registada após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, durante a qual 2.400 pessoas foram detidas, segundo dados oficiais, e acusadas de terrorismo.

Ainda segundo o FP, a Venezuela tem 1.061 presos políticos, depois de desde a semana passada terem sido libertadas 150 pessoas e outras 17 terem sido detidas.

Os dados do FP estão atualizados até 17 de fevereiro de 2025 e dão conta que 940 presos políticos são homens e 121 mulheres; 896 são civis, incluindo quatro adolescentes, e 165 militares.

"Desde 2014, registaram-se 18.295 detenções políticas na Venezuela. O FP deu assistência a mais de 14.000 detidos, [atualmente] libertados, e a outras vítimas de violações aos seus direitos humanos", adianta a ONG na sua conta da X.

O FP desconhece o paradeiro de 58 presos políticos.

Mais de 10.000 pessoas estão ainda sujeitas arbitrariamente a medidas restritivas da liberdade, segundo a organização.

O Ministério Público (MP) da Venezuela anunciou na segunda-feira que ordenou a revisão de mais 110 casos de pessoas detidas em protestos após as presidenciais de 28 de julho, elevando para 2006 as libertações concedidas.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho de 2024, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente e recandidato, Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.

FPG // JMR

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