As reuniões com sete senadores democratas e um republicano, além de uma deputada democrata, duraram o dia todo e aconteceram de portas fechadas. Como apurou o correspondente da SIC Anthony Wells, que está em Washington D.C., entre os nomes estão o republicano Thom Tillis e os democratas Mark Kelly e Tim Kaine, um dos 11 senadores democratas que enviarem uma carta a Donald Trump, condenando o tarifaço de 50% imposto ao Brasil, e que entra em vigor dia 1 de agosto.

O parlamentar explicou que se a Casa Branca formalizar as tarifas em uma declaração emergencial, ele vai desafiar a ordem executiva no Senado.

“Se for uma declaração de emergência, eu vou contestar ela imediatamente, argumentando que não é uma emergência. Mas eu só posso fazer isso, se a ordem executiva for comunicada ao Senado”, revelou Tim Kaine, senador democrata pela Virgínia.

Os políticos brasileiros, com os compromissos no Senado norte-americano, buscam o apoio da classe política nos EUA, para tentar, pelo menos, prorrogar as tarifas.

“Vamos trabalhar para adiar, para dar espaço. Todos os países tiveram 60, 90 dias. Em 20 dias, como que os empresários se organizam?”, questionou o senador Jaques Wagner, do PT, do Rio de Janeiro.

A delegação brasileira busca esquentar uma relação diplomática de 200 anos, que esfriou nos últimos meses.

“Até o dia primeiro não vamos resolver nada. Nós estamos aqui para plantar e não colher”, concluiu Wagner, reconhecendo que as chances de prorrogar ou diminuir as tarifas são pequenas.

A vinda da delegação brasileira a Washington tem também como objetivo transmitir ao presidente Donald Trump que o tarifaço não vai interferir no judiciário brasileiro e no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O STF, todo mundo sabe, não vai alterar qualquer pensamento dele, por causa de tarifas no país. Isso é outro departamento”, pontuou o senador Marcos Pontes, do PL, de São Paulo.