Sebastião Bugalho na comissão política de Marques Mendes, com críticas a Rio: “Não eram os críticos que criticavam Rui Rio, eram os eleitores”

Eurodeputado do PSD vai integrar núcleo político da candidatura presidencial de Luís Marques Mendes por entender que “é positivo termos um par seguro de mãos que conhece as instituições”.
Num momento em que Marques Mendes vê fugir muitos atuais e antigos militantes do PSD para a candidatura de Gouveia e Melo, consegue segurar um dos recém-chegados à família laranja. Sebastião Bugalho vem ao Facto Político revelar que vai integrar a comissão política do antigo comentador. O órgão é presidido por Francisco Pinto Balsemão e tem como objetivo ser um núcleo político da candidatura presidencial.
“Em tempos de incerteza, termos um par seguro de mãos que conhece as instituições é um dado positivo”, explica Sebastião Bugalho, insistindo na ideia que Gouveia e Melo tenta contrariar: a experiência política é uma das grandes vantagens de Marques Mendes.
Nesta entrevista, o antigo comentador deixa ainda uma crítica a Rui Rio, o antigo presidente do PSD que agora apoia a candidatura do Almirante: “Rui RIo não percebeu que era criticado por Marques Mendes porque perdeu 4 eleições. Não eram os críticos políticos que estavam a criticar Rui Rio, eram os eleitores”.
Novo governo é “eminentemente europeu”
Olhando para o novo elenco governativo e para o discurso que Luís Montenegro fez na tomada de posse, Sebastião Bugalho lembra-se da Europa. “Fala da desburocratização, da segurança e defesa e fala da imigração ilegal que são as prioridades da comissão nos últimos sete meses”.
Especificamente na defesa, concede que a meta de 2% do PIB para a defesa já este ano não foi levada para a campanha eleitoral, mas justifica isso com a cimeira da NATO que “trará novas metas e novas obrigações aos membros”, lembrando que existem duas modalidades que podem “ajudar Portugal” a atingir essa meta: “O ReArm que tem 150 milhões de empréstimos que podem vir da Comissão e o EDIP que dá aceso até 1.5 mil milhões até 2027”.
Nova Legislatura é para “dialogar com todos”
O Parlamento Europeu fragmentado é usado por Sebastião Bugalho como um exemplo de como é possível chegar a acordo com os socialistas para pôr em marcha reformas importantes. Mas não há parceiros preferenciais: “Não excluímos ninguém, e não teremos nenhum interlocutor privilegiado”.
Sobre as propostas de José Luís Carneiro para cinco reformas, o eurodeputado do PSD pede aos socialistas que invertam o sentido da política que parecem estar a querer seguir: “Conversaremos e dialogaremos com base no programa da AD. Cabe à oposição manifestar a sua disponibilidade face às nossas ideias, né a nossa disponibilidade face às ideias dos outros”
Entre todos os factos que nos passam pelas mãos, os factos políticos são os nossos favoritos. Com o jornalista Diogo Teixeira Pereira, vamos tentar descobri-los nas entrelinhas dos discursos e nas conversas com os protagonistas da semana política. No final, fazemos uma previsão da meteorologia política para os dias seguintes que, se tudo correr como o previsto, vai falhar quase sempre. Facto Político, todos os sábados na SIC Notícias e em podcast.