A Rússia negou que já exista um acordo sobre o local da próxima ronda de negociações com a Ucrânia, depois de a imprensa norte-americana ter divulgado que se realizarão em meados de junho no Vaticano.

"Por enquanto, não há um acordo concreto sobre as próximas reuniões. Ainda precisamos de chegar a um entendimento", comentou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa diária por telefone.

O The Wall Street Journal noticiou que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse aos líderes europeus na passada segunda-feira que o Vaticano vai acolher a segunda ronda de negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia em meados de junho.

O jornal informou que uma delegação de Washington, liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e que inclui o enviado especial da Casa Branca para a Ucrânia, Keith Kellogg, também estaria presente.

Embora Peskov não tenha confirmado a notícia, referiu-se à troca de mil prisioneiros de cada lado, acordada na ronda realizada na cidade turca de Istambul na sexta-feira passada, e à preparação de um memorando com um roteiro para uma solução pacífica do conflito.

"Continuam os trabalhos para implementar os acordos alcançados em Istambul", afirmou.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Moscovo entregou a sua lista a Kiev e confirmou que também já tinha recebido a ucraniana.

A propósito de um cessar-fogo, até ao momento recusado por Moscovo, o Presidente finlandês, Alexander Stubb, indicou na quarta-feira que os contactos técnicos entre a Rússia e a Ucrânia serão provavelmente retomados na próxima semana no Vaticano.

Peskov acolheu esta semana a oferta de qualquer país, incluindo o Vaticano, para contribuir para uma solução rápida do conflito.

Por sua vez, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, falou por telefone com o Papa Leão XIV na terça-feira, que confirmou a disponibilidade do Vaticano para acolher as negociações.

Embora Zelensky apoie a mediação papal, a posição do Presidente russo, Vladimir Putin, é desconhecida.