
A petição foi lançada a 20 de dezembro e conta já com mais de 111 mil assinaturas. Tem como objetivo pedir a atribuição de uma Nobel da Paz a Gisèle Pelicot, a mulher francesa que durante uma década foi drogada e abusada sexualmente tanto pelo marido como por desconhecidos.
“Ninguém merece o Prémio Nobel da Paz mais do que ela (…) É difícil imaginar uma forma de violência que represente um maior desafio para a paz do que a violência sexual (…) Agora é a hora de garantir que o Comitê Nobel e aquelas poucas pessoas autorizadas a fazer indicações tomem medidas", escreveu Catherine Meyer, autora da petição.
À AFP, Catherine explicou que “ao tomar a decisão de tornar pública a sua identidade e a sua história, Gisèle Pelicot permitiu ultrapassar os mitos sobre a violência sexual, que é sistémica e endémica, uma guerra contra as mulheres e as raparigas”, por isso lançou esta petição “para reforçar esta mensagem”.
Iniciativa foi lançada um dia depois do fim do julgamento
Em dezembro passado, Dominique Pelicot, de 72 anos, (principal arguido e marido da vítima) foi condenado a 20 anos de prisão, a pena máxima praticada em França.
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Foi acusado de ter violado e drogado Giséle com ansiolíticos durante dez anos para ser violada por dezenas de desconhecidos recrutados na internet, com idades compreendidas entre os 27 e os 74 anos.
Ao decidir que o julgamento fosse feito à porta aberta, a francesa acabou por se ícone devido à sua coragem.