
O sucesso estrondoso de "Anora" valeu-lhe a estatueta dourada de "Melhor Filme", "Melhor Argumento Original" e "Melhor Montagem", enquanto Mikey Madison conquistou o prémio de "Melhor Atriz" e Sean Baker de "Melhor Realizador" na 97.ª cerimónia de entrega dos Óscares.
E pelos vistos muito se deve à estratégia de marketing adotada pela Neon, empresa americana de produção e distribuição de filmes independentes.
De acordo com a Variety, a campanha de marketing de "Anora" custou cerca de 18 milhões de dólares - três vezes mais do que o custo de produção do próprio filme - estimado em seis milhões de dólares. Até à data, a longa-metragem de Sean Baker já superou os 40 milhões de dólares de bilheteira em todo o mundo.
Entre as várias apostas da distribuidoras está a venda de merchandising do filme como t-shirts ou roupa interior.
Outra estratégia tinha como objetivo chamar à atenção do público jovem que faz parte da Geração-Z (nascidos entre 1997 e 2012). Ao mesmo tempo, apostou-se em acordos de streaming com a Apple e a Amazon.
“A bilheteira não é o único fluxo de receitas. "Anora” é o número 1 em todas as plataformas de entretenimento - Amazon, Apple", disse Tom Quinn, CEO da Neon, citado pela Variety.
Neon adotou estratégia semelhante com o filme "Parasitas" de Bong Joon-ho
A Neon também foi responsável pelo sucesso por detrás de "Parasitas", o filme sul-coreano do realizador Bong Joon-ho. Na altura o budget foi ainda superior ao de "Anora" - atingiu os 20 milhões de dólares em estratégia de marketing.
Dinheiro esse que parece ter sido bem gasto, uma vez que a longa-metragem venceu quatro dos seis Óscares para que estava indicado, incluindo "Melhor Filme", em 2020.