O tenista Nuno Borges revelou que não sabe "se estava pronto para ganhar" esta quarta-feira ao norueguês Casper Ruud, duas vezes finalista de Roland Garros, mas aproveitou a oportunidade e mostrou-se "muito entusiasmado" para o desafio com Alexei Popyrin.

O número um português e 41 do mundo eliminou esta quarta-feira o nórdico, oitavo do ranking ATP, em quatro sets, com os parciais de 2-6, 6-4, 6-1 e 6-0, e qualificou-se pela primeira vez para a terceira ronda do 'major' francês, tornando-se no primeiro tenista nacional a bater um top-10 mundial num torneio do Grand Slam.

"Estou muito contente pela vitória de hoje. Sinceramente, não sei se estava pronto para entrar em campo e ganhar, mas as situações foram um bocadinho fora do normal e assim que vi que ele estava tocado comecei a ver a minha oportunidade. Estou mesmo orgulhoso pela maneira como lidei com isso, como competi e como mantive o meu plano de jogo, não só jogar bem como subir [de nível] com a ocasião e com as oportunidades que ele me deu", confessou em declarações à Lusa.

Depois de ter sido dominado no set inaugural, o maiato, de 28 anos, continuou a lutar e conseguiu igualar o marcador, após ganhar a segunda partida com apenas um 'break', mas não se apercebeu de imediato das dificuldades físicas de Ruud.

"Assim que reparei que ele começou a não ir a algumas bolas... Na altura, surpreendeu-me um bocadinho, fiquei com algumas dúvidas, mantive o plano de jogo e ainda estava na dúvida se ele estava tocado ou não. Mas, a partir do terceiro set, apercebi-me disso [lesão] e, na altura, não foi fácil manter a cabeça focada no jogo, mas acho que acabei por fazê-lo bem", defendeu.

Apesar de reconhecer ter cometido "um erro ou outro no início", Borges atribui total mérito ao campeão do Masters 1.000 de Madrid, "que principalmente no jogo de resposta conseguiu jogar logo bem".

"Estava com uma intensidade muito alta que me causou muita adversidade logo desde o início e senti isso no meu jogo. Não senti que estava a jogar muito mal, mas realmente não consegui manter essa intensidade o set todo e daí o 6-2, merecido e jogado bem da parte dele", frisou.

Conquistado o melhor triunfo da carreira, depois da vitória diante o búlgaro Grigor Dimitrov no Open da Austrália, então 13.º do mundo, e de ter beneficiado da desistência do dinamarquês Holger Rune (12.º ATP) no Masters 1.000 de Monte Carlo, o tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis vai defrontar na fase seguinte da prova o australiano Alexei Popyrin (25.º ATP).

"Acho o Popyrin um jogador muito capaz. A jogar bem, pode ganhar literalmente a qualquer um. Acho que ele está muito bem adaptado tanto a terra batida, como a piso rápido, até porque o serviço dele é extremamente eficaz em qualquer superfície. Se calhar, será um jogo, à partida, mais acessível do que com o Casper, mas continua a ser um desafio gigante. Vou tentar, acima de tudo, desfrutar do momento", afirmou, reconhecendo estar "muito entusiasmado para o próximo desafio."

Antes do encontro com o detentor de três títulos ATP (Singapura, em 2021, Umag, em 2023 e Masters 1.000 do Canadá, em 2024), Nuno Borges vai juntar-se, na quinta-feira, ao parceiro francês Arthur Rinderknech para discutir a primeira ronda da prova de pares contra o belga Zizou Bergs e o neerlandês Jesper De Jong.


Com LUSA