
Os dados foram apresentados numa reunião do Conselho de Segurança da ONU pedida pela Ucrânia após os ataques aéreos russos em larga escala em 17 de junho.
De acordo com o secretário-geral adjunto da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas, Miroslav Jenca, pelo menos 13.438 civis, incluindo 713 crianças, foram mortos desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
O número confirmado de civis feridos é de 33.279, incluindo 2.092 crianças.
O aumento drástico de vítimas civis registadas entre janeiro de maio deste ano é resultado do uso intensificado de armas de longo alcance contra cidades de toda a Ucrânia, explicou Jenca.
De acordo com as autoridades ucranianas, entre 01 e 17 de junho, as Forças Armadas russas lançaram pelo menos 3.340 drones de longo alcance, incluindo munições de espera e drones chamariz, e 135 mísseis na Ucrânia.
Em comparação, foram lançadas 544 munições de longo alcance durante todo o mês de junho de 2024.
"Estes níveis de morte e destruição correm o risco de fazer diminuir a esperança de um cessar-fogo imediato e ameaçam minar as perspetivas de uma paz duradoura", constatou o secretário-geral adjunto.
"À medida que enfrentamos uma nova escalada da situação e crise noutros locais, é fundamental manter a atenção focada na necessidade urgente de paz na Ucrânia. Devemos redobrar os esforços para garantir que o frágil processo diplomático não só é sustentado, como se torna irreversível", concluiu.
Na reunião esteve também presente a diretora da Divisão de Operações e Advocacia do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Edem Wosornu, que estimou que mais de 20% do território ucraniano esteja contaminado por minas ou engenhos explosivos não detonados, sendo o país mais afetado desde a Segunda Guerra Mundial.
Sobre as necessidades da população afetada por esta guerra, quase 13 milhões de pessoas necessitam de assistência na Ucrânia, disse Edem Wosornu.
Cerca de 3,7 milhões de pessoas continuam deslocadas internamente, incluindo 60.000 recém-deslocadas de regiões da linha da frente desde janeiro de 2025.
Há quase seis milhões de ucranianos registados como refugiados em todo o mundo, principalmente na Europa, acrescentou.
"A violência sexual foi documentada durante toda a guerra, mas as instalações de saúde e os espaços seguros nas zonas rurais afetadas pela guerra estão frequentemente mal equipados para responder aos sobreviventes. As organizações essenciais de defesa dos direitos das mulheres e lideradas por sobreviventes operam com financiamento limitado", explicou a representante do OCHA.
Num apelo por mais apoio financeiro, Edem Wosornu recordou que as tendências de queda do financiamento humanitário estão a forçar o encerramento de programas da ONU, mesmo com um contexto operacional volátil e cada vez mais complexo e perigoso.
"São urgentemente necessários recursos adicionais para salvar vidas e preparar-nos para o próximo inverno", reforçou.
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