
Pelo menos 27 palestinianos morreram esta terça-feira quando forças israelitas dispararam sobre as pessoas que se dirigiam para um local de distribuição de ajuda humanitária, no sul da Faixa de Gaza, segundo um novo balanço das autoridades do enclave.
A Defesa Civil tinha indicado anteriormente que 15 pessoas foram mortas no sul de Gaza, no terceiro incidente do género que acontece em três dias.
O exército israelita afirmou ter disparado "perto de alguns suspeitos" que deixaram a rota designada, que abordaram as suas forças ou ignoraram os tiros de aviso. Entretanto, os militares afirmaram que estão a investigar os relatos sobre vítimas.
Todos os tiroteios nos últimos três dias ocorreram a cerca de um quilómetro de um dos locais de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), na cidade de Rafah, agora praticamente desabitada, no sul do país.
Toda a área é uma zona militar israelita, onde os jornalistas não têm acesso fora das instalações aprovadas pelo exército.
Hospital recebe 184 feridos
O porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Hisham Mhanna, disse que o seu hospital de campanha em Rafah recebeu 184 feridos, 19 dos quais foram declarados mortos à chegada e outros oito morreram posteriormente devido aos ferimentos.
Os 27 mortos foram transferidos para o Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis.
O exército israelita também anunciou que três soldados morreram no norte da Faixa de Gaza, elevando para 424 o número de soldados israelitas mortos no território palestiniano desde o início da operação terrestre em 27 de outubro de 2023.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 54 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.