O coronel Carlos Matos Gomes, que integrou o Movimento dos Capitães de Abril na Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, morreu este domingo, aos 78 anos.

A informação foi avançada pela família através de uma publicação nas redes sociais.

“A todos os amigos e seguidores do meu pai, Carlos Matos Gomes, é com profunda tristeza que informo que faleceu hoje, 13 de Abril, no Hospital CUF Tejo. Partiu sereno e com músicas de Abril. Direi por aqui todos os pormenores sobre as cerimonias que se seguem. Grata a todos pelo carinho e admiração que tinham por ele”, lê-se na publicação, escrita pela filha do coronel.

Carlos de Matos Gomes nasceu a 24 de julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo cumprido comissões em Angola, Moçambique e na Guiné-Bissau.

No ano passado, em nome próprio, Matos Gomes publicou "Geração D" que, em entrevista à agência Lusa, definiu como uma homenagem e uma autobiografia da sua geração, a que conheceu a ditadura, a Guerra Colonial e fez o 25 de Abril de 1974.

A "Geração D", explicou, é a geração da "Democracia, da Deserção, da Descolonização, das Doutrinas e do Doutrinar, da Discussão, da Dialética, do Desmistificar, do Desmobilizar, da Denúncia, da Desobediência, do Divórcio", a geração que "viveu sob um regime de 'doidos do império'" e dele se libertou.

Em 2020, com o seu camarada de armas Aniceto Gomes, publicou o ensaio "Guerra Colonial".

Matos Gomes, sob o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz publicou vários livros sobre a temática da Guerra Colonial, entre eles, "Nó Cego", "A Última Viúva de África" e "Os Lobos não Usam Coleira" (1995), que foi adaptado ao cinema por António-Pedro Vasconcelos, "Os Imortais" (2003).

Com Lusa