Havia 1,6 milhões de imigrantes em Portugal, no final do último ano, de acordo com as previsões da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). O número de estrangeiros quadruplicou em apenas sete anos.

O comentador SIC Miguel Morado considera que o país está diante de um processo de "transformação social" que aconteceu nos últimos anos e destaca as duas visões que os lados extremos da política têm em relação à imigração.

"Nos dois extremos da discussão política, existem visões radicais sobre o papel da imigração. De um lado, temos a extrema-direita que, por vezes, nem sequer esconde que o seu argumento é puramente racista. Do outro lado, a extrema-esquerda também tem, há muito tempo, um argumento radical. A ideia deles [grandes teóricos da extrema-esquerda] é que a noção de que existem fronteiras que devem ser respeitadas é moralmente arbitrária, ou seja, não deve ser aceite. Trata-se de uma estrutura de poder, capitalista", refere.

Miguel Morgado menciona também a manifestação de interesse, um pedido de autorização de residência em Portugal por parte de cidadãos estrangeiros, extinta pelo atual Governo como parte de um plano para promover a "imigração regulada e com regras".

O comentador considera que este foi um "modo de convidar ao desrespeito pela ilegalidade", algo que é "péssimo para qualquer Estado de direito".