O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, acusou esta terça-feira o Presidente russo, Vladimir Putin, de estar a jogar com o tempo, sem ter qualquer intenção, para já, de negociar um cessar-fogo na Ucrânia.

"As conversações de ontem [entre Putin e Donald Trump] confirmaram mais uma vez que o lado russo está a fazer declarações, mas até agora não há provas de intenções declaradas", disse Pistorius.

O ministro alemão afirmou que Putin "continua a não estar disposto a fazer concessões e só fala de um cessar-fogo nos seus termos", em declarações aos jornalistas à chegada Conselho de Ministros da Defesa da União Europeia.

Pistorius disse que Putin continua a falar nos termos conhecidos, como a exigência de que a Ucrânia não adira à NATO, uma das razões para a Rússia ter invadido o país vizinho em fevereiro de 2022.

"É evidente que Vladimir Putin está a ganhar tempo, isso vê-se claramente. E mesmo que a Rússia esteja disposta a falar de um memorando, ainda não há sinais de um cessar-fogo" , disse Pistorius, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

"Ninguém vai desistir das nossas terras, dos nossos territórios, do nosso povo"

Zelensky afirmou que Putin exige que a Ucrânia retire as suas tropas das regiões controladas por Kiev, mas reivindicadas pela Rússia.

"Ninguém vai desistir das nossas terras, dos nossos territórios, do nosso povo", disse Zelensky numa conferência de imprensa, após a conversa telefónica entre Putin e Trump.

"Se a Rússia estabelecer condições para a retirada das nossas tropas do nosso território, isso significa que não quer um cessar-fogo e não quer que a guerra termine", acrescentou.

Pistorius avançou com a informação de que Putin deixou claras as suas intenções com um ataque com mais de 270' drones', o mais maciço desde fevereiro passado."Isso dá-nos uma visão profunda das verdadeiras intenções do chefe do Kremlin", acrescentou.

Os ministros da defesa da União Europeia vão discutir esta terça-feira a continuação do apoio à Ucrânia, nomeadamente a iniciativa da chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, de fornecer a Kiev dois milhões de munições de artilharia este ano.

"A Alemanha vai dar uma contribuição significativa"

Pistorius afirmou que a Ucrânia também pode ser ajudada através do aumento do número e da qualidade das empresas comuns com a indústria de defesa ucraniana, bem como através de esforços diplomáticos.

"A Alemanha vai dar uma contribuição significativa para este projeto", prometeu o ministro alemão da Defesa.

"Mas estou convencido de que a UE pode e deve endurecer ainda mais as sanções, porque não estamos dispostos a continuar a tolerar as ações da Rússia sem consequências", afirmou.

Pistorius apelou ainda para um maior corte nas receitas russas provenientes das vendas de petróleo e gás.