
Miguel Ganança fez uma intervenção, no período antes da ordem do dia, em que começou por recordar os números da pobreza na Região e os recentes condicionamentos do aeroporto da Madeira, concluindo que "não é normal, e não pode ser considerado saudável, que uma Região seja governada pela mesma força política durante meio século".
A falta de um plano de contingência para o aeroporto foi referida.
No entanto, o ponto principal do discurso foi o comentário e crítica à visita de Henrique Gouveia e Melo, candidato à Presidência da República e, sobretudo, às afirmações sobre a linha de ferry que não considera uma prioridade.
"O mais grave não é apenas o conteúdo, mas o contexto: tais palavras foram proferidas no seio da Unidade Autónoma de Gás dos Socorridos, uma infraestrutura pertencente ao Grupo Sousa, o maior armador nacional, operador dominante do transporte marítimo de mercadorias e passageiros da Região", afirmou.
O Grupo Sousa. acusa, "detém uma posição monopolista no transporte de mercadorias para a Madeira", pelo que um ferry regular "representa concorrência directa e isso colocaria em causa o domínio económico deste grupo".
Gouveia e Melo, acusa o JPP, sofreu uma "lavagem de cérebro" e não foi confrontado por quem deveria fender a autonomia.
O Grupo Sousa, acusa Miguel Ganança, "é o espelho de um poder concentrado, com capacidade de moldar discursos políticos e, aparentemente, até condicionar candidatos a Belém".
A intervenção motivou perguntas, dos deputados da oposição que lembraram a ausência de um plano de contingência para o aeroporto, bem como uma resposta clara às afirmações de Gouveia e Melo, sobre o ferry e a manutenção do cargo de Representante da República.