A rubrica DIÁRIO-Saúde, desta semana, incidiu sobre a toma de medicação sem uma avaliação ou aconselhamento prévio de um médico e que consequências podem advir deste comportamento.

A automedicação é “infelizmente uma situação cada vez mais comum”, segundo a médica Daniela Silva, que começou por abordar o tema ao explicar que “muitas vezes as pessoas usam medicação que já tinham em casa e que resultou da última vez para um sintoma parecido ou então porque têm um familiar ou um amigo que teve uma situação semelhante e o aconselhou a tomar”.

Segundo a profissional de saúde “isto é feito muitas vezes sem sequer questionar um médico se é, efectivamente, o medicamento mais adequado”, tendo adiantado ainda que o autodiagnóstico também tem acompanhado este crescimento.

A outra agravante do problema é que actualmente é muito fácil ler sobre qualquer tema online. Colocando alguns sintomas chegam a um diagnóstico, que nem sempre é o mais certeiro e acabam por seguir as orientações que leram na internet, sem ter uma avaliação médica. Daniela Silva, médica

Para além de reconhecer que a internet é uma ferramenta muito útil, Daniela Silva fez questão de reforçar a importância de consultar sempre um médico, que ao contrário do resultado de uma simples pesquisa “vai dar um parecer com experiência na área e enquadrar os seus sintomas e os seus problemas de saúde, no contexto em que as coisas acontecem”.

Questionada sobre a cedência de medicação de uma pessoa para outra, porque acreditam que os sintomas são os mesmos, a médica desaconselhou de imediato a prática pelo risco do diagnóstico não ser exatamente o mesmo.

A mesma tosse, a mesma dor, pode não ser exatamente o mesmo diagnóstico, daí ser importante a avaliação por um médico que vai ter em atenção todos os sinais, o contexto dos seus antecedentes pessoais e familiares e a medicação que toma, para tentar encontrar o melhor diagnóstico para o que está a sentir.

A competência para avaliar, determinar a causa e o consequente tratamento adequado, para além dos anos académicos, “exige treino e experiência”, segundo Daniela Silva.

A médica especializada em medicina geral e familiar explicou como actuam os antibióticos e, porque devem ser utilizados apenas quando prescritos por um médico.

Os antibióticos são medicamentos delicados. Se formos olhar para a história, vieram revolucionar a medicina. Há cerca de 150 anos as pessoas morriam por simples infecções. Actualmente, graças aos antibióticos é possível resolver essas infecções de uma forma muito simples. Devemos ter cuidado ao utilizá-los, porque não queremos voltar a essa era.

Daniela Silva afirmou ainda que a automedicação pode levar a uma resistência aos antibióticos e deixou o exemplo do caso de uma paciente que teve em mãos.

Por outro lado, a médica abordou ainda a crescente hesitação de alguns doentes em aceitar a medicação prescrita pelos médicos, por preferirem utilizarem produtos naturais.

Fique a saber que mitos trouxe Daniela Silva à rubrica presente no canal do DIÁRIO, no YouTube e, que dica deixou a profissional de saúde.