Mais de 1,5 milhões de sírios regressaram a casa na Síria desde a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro passado, mas a maioria continua a precisar de ajuda internacional, avançou hoje a ONU.

Dos que regressaram, um milhão tinham sido deslocados à força dentro da Síria, enquanto outro meio milhão regressou de países vizinhos onde procuraram refúgio, adiantou a diretora de operações do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Edem Wosumo.

No final de uma missão em que visitou várias das principais cidades da Síria, bem como campos de refugiados sírios no Líbano, Wosumo explicou que os principais problemas enfrentados pelos que já regressaram têm a ver com os danos sofridos nas suas casas durante o longo conflito armado, que durou 14 anos.

No entanto, as dificuldades também se devem a falta de serviços básicos e de oportunidades de emprego, assim como ao risco de resíduos explosivos poderem deflagrar a qualquer momento.

Prova disso foi um incidente registado esta semana, quando quatro membros da sociedade nacional de ajuda humanitária, conhecidos como Capacetes Brancos, foram mortos enquanto participavam nos esforços de remoção de minas terrestres.

Apesar dos cortes nas operações de ajuda em todo o mundo, Edem Wosumo indicou que as Nações Unidas e as suas organizações parceiras ainda estão a prestar assistência a 2,4 milhões de pessoas na Síria todos os meses.

A responsável acrescentou que a decisão dos Estados Unidos e da União Europeia de levantar as sanções económicas impostas à Síria --- que antes visavam pressionar o regime de Assad --- pode proporcionar algum alívio à população e ajudar o país a recuperar.

A Síria vive um novo ciclo após quase 14 anos de guerra civil, na sequência de uma operação militar relâmpago que depôs em 08 de dezembro de 2024 o regime de Bashar al-Assad, atualmente exilado na Rússia.

A ofensiva foi realizada por uma coligação de grupos armados rebeldes, liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), da qual faz parte o presidente interino sírio, Ahmad al-Sharaa.