
O projecto de estudo das águas residuais da Região Autónoma da Madeira, com vista à detecção de drogas e novas substâncias psicoactivas arranca no próximo mês de Julho.
Após a reunião que decorreu esta sexta-feira no Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (PJ) da Madeira e que contou com a presença das entidades parceiras envolvidas na iniciativa, Carlos Farinha, director nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ), explicou que, com este projecto, a PJ pretende ter mais conhecimento sobre a presença de novas substâncias psicoactivas e de drogas na Madeira através do estudo das águas residuais como já aconteceu em outros locais da Europa.
"O objectivo final é ter uma ideia do que existe na Região e não propriamente uma ideia do concelho A, B ou C porque ao ter mais conhecimento tomamos melhores decisões", referiu.
Carlos Farinha, admitiu que este fenómeno tem mais evidência nas Regiões Autónomas do que noutras regiões continentais, motivo pelo qual considera fundamental encontrar soluções.
Os primeiros resultados deverão surgir ao final de 12 meses. Contudo, provavelmente em Abril ou Maio irá ocorrer uma reunião de peritos europeus na área da toxicologia, que este ano irá realizar-se na Madeira, podendo haver assim resultados preliminares, esclareceu.
Tal como já foi noticiado, este projecto tem por base um estudo académico de âmbito regional, subordinado ao tema ‘Monitorização e Mapeamento do Consumo de Drogas, com especial enfoque nas Novas Substâncias Psicoactivas, em Águas Residuais na Região Autónoma da Madeira’, desenvolvido por um inspector da Polícia Judiciária, e que é também acompanhado pela Universidade da Madeira e pela Universidade da Beira Interior.
Com esta abordagem inovadora, pretendem identificar e mapear os padrões de consumo de substâncias ilícitas na Região, através da análise de compostos presentes nas águas residuais. Para a sua concretização torna-se necessário aceder às 14 ETAR’s da RAM, incluindo do Porto Santo, com vista à recolha de amostras.
A maioria destas estações de tratamento é gerida pela Empresa de Águas e Resíduos da Madeira - nos municípios da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Machico, Santana e Porto Santo -, sendo as restantes da responsabilidade das câmaras municipais do Funchal, Ponta do Sol, Calheta, Porto Moniz, São Vicente e Santa Cruz.