A atriz Julianne Moore revelou, nas redes sociais, estar chocada com a notícia de que o seu livro semi-autobiográfico, "Freckleface Strawberry", foi banido das escolas americanas geridas pelo Departamento de Defesa.

"'Freckleface Strawberry' é uma história semi-autobiográfica sobre uma menina de sete anos que não gosta das suas sardas, mas eventualmente aprende a viver com elas, quando percebe que ela é diferente 'como toda a gente'. É um livro que escrevi para os meus filhos e para outras crianças para relembrá-los de que todos temos dificuldades, mas estamos unidos pela nossa humanidade e a nossa comunidade", disse Julianne Moore num post de Instagram.

A atriz disse ainda estar "particularmente pasmada" com a situação, uma vez que se formou na escola secundária americana de Frankfurt, dirigida pelo Departamento de Defesa, e que é filha de um veterano da Guerra do Vietname, que fez carreira no exército dos EUA.

"Custa-me perceber que crianças como eu, que cresceram com um dos pais em serviço e a frequentar uma escola do Departamento de Defesa, não terão acesso a um livro escrito por alguém cuja experiência de vida é tão semelhante à sua. E não posso deixar de me perguntar o que há de tão controverso neste livro ilustrado que o levou a ser banido pelo governo dos EUA", adiantou a atriz.

Segundo o The Guardian, na passada segunda-feira, o Departamento de Defesa lançou um memorando em que afirmava estar a examinar livros de biblioteca "potencialmente relacionados com a ideologia de género ou com tópicos discriminatórios da ideologia da igualdade".

Depois de ter sido suspenso o acesso a todos os livros da biblioteca durante uma semana para uma revisão, foi identificado um "pequeno número de itens" que foram mantidos para "revisão posterior", dizia o memorando. O The Guardian teve acesso à lista de livros abrangidos pela revisão geral, e o de Julianne Moore estava na lista, mas não se sabe se o livro foi selecionado para a tal revisão posterior ou se foi para ser retirado.

Julianne Moore, vencedora do Óscar de Melhor Atriz em 2015, termina o post a dizer que está "verdadeiramente triste e nunca pensei que veria isto num país onde a liberdade de expressão é um direito constitucional."