O projecto de resolução do JPP que recomenda ao Governo Regional um estudo para a construção de uma segunda rampa para carga rolante nos portos da Madeira de modo a viabilizar a ligação por ferry para o continente foi recebido, esta manhã, no plenário, com cepticismo por parte das outras bancadas.

Para Miguel Castro (Chega), “mais uma vez vem o JPP escolher este palco para uma medida que é uma completa e pura propaganda política”. Este deputado lembrou que o partido proponente chegou a anunciar que tinha um operador contratado para vir fazer a linha ferry, mas que “a verdade é que nunca apareceu”. “Estas medidas populistas que o JPP traz não servem de nada. O que exigimos ao Governo da República que toma hoje posse é que concretize esta operação, independentemente de uma rampa que levaria imenso tempo a construir”, adiantou.

Também Victor Freitas (PS) viu sinais de populismo na proposta do JPP e denunciou a falta de “coragem política” em indicar a localização da pretendida rampa de carga rolante, remetendo-se para os técnicos a decisão sobre se seria no Funchal ou Caniçal. A este respeito, Élvio Sousa observou que “o PS está ciumento” com este projecto de resolução e “preocupado com o populismo” porque não trabalha junto do povo. Garantiu ainda que há armadores interessados na linha ferry.

Já Rafael Carvalho (PSD) acusou o JPP de mentir aos madeirenses quando anunciou que se fosse Governo Regional já tinha acordo com um operador para retomar a linha ferry, quando tal medida exigiria sempre a realização de um concurso público internacional. O representante do PSD explicou que o porto do Funchal continua a bater recordes de passageiros de cruzeiros e megaiates. Só no primeiro trimestre somou 266 mil passageiros e arrecadou meio milhão de euros em taxa turística. Rafael Carvalho entende que “o que o JPP quer é mais betão, mais trânsito no Funchal, viaturas ligeiras e pesadas, tudo ao molho, mais caos”, isto quando tem obras adiadas no concelho de Santa Cruz.

Tanto Sara Madalena (CDS) como Gonçalo Maia Camelo (Iniciativa Liberal) encontraram falta de elementos no projecto de resolução do JPP. Este último defendeu a necessidade de estudos relacionados com o modelo de concessão da linha ferry, análise de custo/benefício, a possibilidade de viabilizar o serviço de transporte sem indemnizações compensatórias e apenas com o subsídio de mobilidade e isenção de taxas ou ainda a hipótese de uma operação conjunta com Canárias.