
Cheias recorde na costa leste da Austrália fizeram quatro mortos e um desaparecido e deixaram 50 mil pessoas isoladas, disseram hoje as autoridades, numa altura em que as chuvas estão a abrandar.
Cerca de 50 mil pessoas ficaram isoladas por causa das cheias na costa do estado de Nova Gales do Sul, uma região fértil localizada a cerca de 400 quilómetros norte de Sydney, após dias de chuvas fortes.
O sistema climático de baixas pressões que provocou o dilúvio avançou hoje para sul, em direção à cidade de Sydney e arredores.
Quatro corpos foram recuperados das cheias em Nova Gales do Sul desde quarta-feira. Três das vítimas foram atingidas pelas águas das cheias, enquanto o corpo de um homem foi encontrado na varanda de uma casa inundada.
A vítima mais recente foi um homem de 70 anos cujo corpo foi encontrado hoje num automóvel que tinha sido levado pelas águas para fora de uma estrada, perto de Coffs Harbour, segundo um comunicado da polícia.
Um homem de 49 anos continua desaparecido depois de ter caminhado perto de uma estrada inundada em Nymboida, na noite de quarta-feira.
O chefe dos serviços de emergência do estado de Nova Gales do Sul, Dallas Burnes, disse que mais de dois mil agentes foram mobilizados para as áreas inundadas, de onde mais de 600 pessoas foram resgatadas desde o início da semana.
O Governo federal declarou o estado de catástrofe natural, libertando mais recursos para as áreas afetadas.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e o líder de Nova Gales do Sul, Christopher Minns, visitaram hoje algumas comunidades que foram afetadas pelas maiores cheias de que há registo.
O presidente da Câmara do Condado de Bellingen, Steve Allan, disse que os deslizamentos de terra e as estradas e pontes danificadas estavam a complicar as tentativas de chegar a comunidades isoladas na região rural, a sudoeste de Coffs Harbour.
"Os nossos rios estão a recuar lentamente e penso que provavelmente estamos a passar da fase de resposta para a fase de recuperação esta manhã", disse Allan à emissora pública australiana ABC.
As equipas de resgate estão a preparar grandes operações de limpeza e a avaliar os danos causados pelas chuvas torrenciais, equivalentes a seis meses de precipitação, que atingiram a região em apenas três dias.
Do deserto árido à costa tropical, todas as zonas da Austrália foram atingidas por condições meteorológicas extremas nos últimos meses.
A temperatura média da superfície do mar em todo o país foi a mais elevada alguma vez registada em 2024, de acordo com a Universidade Nacional Australiana.
Águas mais quentes provocam mais humidade na atmosfera, o que leva a chuvas mais intensas.
O aquecimento global, provocado principalmente pela queima de petróleo, carvão e gás, é um fator que aumenta a força e a frequência dos desastres climáticos.