Estima-se que 37 milhões de adolescentes consumam tabaco a nível global, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), a propósito do Dia Mundial sem Tabaco, que se assinala este sábado.

Jordânia, Líbano e Egito são os países onde há mais adolescentes (entre os 13 e os 15 anos) fumadores, a maioria rapazes.

Já a prevalência mais elevada de consumo de tabaco entre os rapazes regista-se no território palestiniano ocupado (Cisjordânia), onde 43,3% dos jovens fuma antes de atingir a maioridade.

Como está a indústria a atrair os jovens?

Numa altura em que os malefícios do tabagismo já são amplamente conhecidos, como é que o sector continua a atrair novos consumidores? Usando "estratégias insidiosas", acusa a OMS.

“As indústrias do tabaco e da nicotina utilizam táticas manipuladoras - tais como designs de produtos apelativos, sabores atrativos e marketing glamourizado - para atingir os jovens e mascarar os perigos dos seus produtos altamente viciantes.”

Há cada vez mais alternativas aos cigarros tradicionais mas igualmente perigosas para a saúde, como cigarros electrónicos e dispositivos de tabaco aquecido, que além de nicotina incluem agentes que alteram o seu cheiro, sabor ou aspeto. São “produtos brilhantes com intenções negras”, condena a organização das Nações Unidas.

A organização estima que existam cerca de 16 mil aromas em muitos produtos de nicotina e de tabaco, o que é apontado como um dos principais atrativos para novos fumadores.

E até há produtos que imitam doces, rebuçados e até personagens de desenhos animados - elementos que as crianças consideram naturalmente apelativos.

De acordo com a OMS, em muitos países a taxa de utilização de cigarros eletrónicos pelos jovens ultrapassa a dos adultos.

O que fazer?

As redes sociais são o principal meio de divulgação e falta regulamentação para proteger os mais jovens, lamenta a OMS. As campanhas de marketing que promovem cigarros eletrónicos e produtos do tabaco aquecido têm mais de 3.4 mil milhões de visualizações nas redes sociais.

A organização defende a proibição dos aromas; a proibição da publicidade, promoção e patrocínio; a redução do fator apelativo (incluindo embalagens mais simples); a proibição do fumo em locais públicos; a promoção do abandono do tabaco e o aumento dos impostos.

O tabaco é a principal causa de mortes evitáveis a nível global. Se as atuais tendências se mantiverem, levará à morte mais de oito milhões de pessoas no mundo todos os anos até 2030, estima OMS, num relatório divulgado em 2024. A grande maioria das mortes - 80% - nos países mais pobres.

O Dia Mundial Sem Tabaco é assinalado desde 1987 para alertar para os perigos do tabagismo.