
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo salientou hoje que o novo governador do Banco de Portugal (BdP), Álvaro Santos Pereira, terá de ter uma "independência rigorosa" face às políticas do Governo.
"A pessoa que foi selecionada tem que assumir o seu novo papel. Esse novo papel obriga a uma independência rigorosa do que é a política do governo, porque senão não fará o seu papel enquanto presidente do Banco", afirmou Gouveia e Melo, depois de ter sido recebido na Câmara Municipal de Sintra pelo autarca Basílio Horta, e antes de visitar as instalações do novo hospital do concelho.
Interrogado sobre se o cargo deveria ser mais independente, uma vez que o socialista Mário Centeno está de saída após apenas um mandato e o novo governador é da área social-democrata, o almirante na reserva disse apenas que o Banco de Portugal "deve ter a máxima independência do Governo", sendo esse "o seu papel".
"E depois, claro que a seleção é da área do executivo, que deve selecionar, essencialmente, uma pessoa competente. E, portanto, julgo que não está em questão a competência da pessoa selecionada", sustentou.
O economista Álvaro Santos Pereira foi hoje escolhido para governador do Banco de Portugal (BdP), sucedendo ao socialista Mário Centeno no cargo, anunciou o Governo.
A indicação foi decidida na reunião de hoje do Conselho de Ministros e anunciada no final, em conferência de imprensa, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, António Leitão Amaro, que justificou a mudança por ser uma "melhor escolha" do que a recondução do ex-ministro das Finanças socialista.
Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP), e é atualmente o economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).