
O homem que matou duas pessoas a tiro perto do Museu Judaico de Washington na quarta-feira à noite foi inicialmente confundido com uma vítima e recebido no museu, disseram testemunhas citadas hoje pela imprensa.
"Eram por volta das 21:07 (no horário local, 16:07 em Lisboa) quando ouvimos tiros. Depois, um homem entrou, parecia muito perturbado e as pessoas estavam a falar e a tentar acalmá-lo. Finalmente, veio até onde eu estava sentada e eu perguntei: 'Precisas de água? Estás bem?'", relatou hoje Katie Kalisher à imprensa norte-americana.
Após os disparos, "o segurança deixou-o entrar. Acho que pensaram que era uma vítima. Estava encharcado pela chuva, claramente em choque. (...) Algumas pessoas no evento trouxeram-lhe água. Fizeram-no sentar-se. Perguntaram-lhe: 'Estás bem? Magoaste-te? O que aconteceu?'. O homem disse: 'chamem a polícia'", disse Yoni Kalin.
Depois, contam estas duas testemunhas, pegou num 'keffiyeh' -- lenço típico do Médio Oriente - e assumiu a responsabilidade pelo ataque, sem demonstrar qualquer violência.
"Fiz isto, fiz isto por Gaza", disse, de acordo com a Katie Kalisher.
Segundo Yoni Kalin, o atirador gritou "Só há uma solução, a revolução da Intifada", antes de ser retirado do edifício a gritar "Palestina Livre".
O suspeito já foi detido pelas autoridades de segurança norte-americana.
O alegado atirador foi identificado pelas autoridades como Elias Rodriguez, de 30 anos, de Chicago, no norte dos Estados Unidos. É suspeito de matar dois jovens funcionários da embaixada israelita em Washington, perto do Museu Judaico, onde decorria uma receção na quarta-feira à noite.
Este ataque ocorreu num momento em que o Governo israelita é alvo de crescentes críticas internacionais pela condução da ofensiva na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse hoje que ordenou o reforço das medidas de segurança nas missões diplomáticas israelitas no mundo, na sequência do assassinato de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington.
Entretanto, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou como horrível o assassínio de dois funcionários da embaixada israelita nos Estados Unidos.
Na mesma mensagem, Donald Trump disse que o ódio e o radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos da América.
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, disse hoje estar chocada com o homicídio de dois funcionários da embaixada israelita em Washington, vincando que não há "lugar para o ódio e o extremismo".