A comissão do Comércio Internacional do Parlamento Europeu aprovou, esta segunda-feira, uma proposta sobre um empréstimo excecional de assistência macrofinanceira de até 35 mil milhões de euros à Ucrânia, no âmbito da iniciativa de 45 mil milhões do G7.

Em comunicado divulgado após uma reunião em Bruxelas, a comissão parlamentar indica que, por 31 votos a favor, quatro contra e nenhuma abstenção, aprovou a proposta da Comissão Europeia de apoiar a Ucrânia com um empréstimo excecional de assistência macrofinanceira de até 35 mil milhões de euros.

Esta é a contribuição da União Europeia (UE) no âmbito da iniciativa do G7 (grupo das sete maiores economias mundiais) de apoiar a Ucrânia com um montante máximo de 50 mil milhões de dólares (cerca de 45 mil milhões de euros) para fazer face às necessidades urgentes de financiamento de Kiev face à invasão russa.

A contribuição do bloco comunitário terá agora de ser aprovada pelo Parlamento Europeu na sessão plenária de 21 a 24 de outubro.

A suportar tal apoio comunitário estão as receitas extraordinárias obtidas a partir dos ativos imobilizados do Banco Central da Rússia, que juntamente com eventuais contribuições dos países devem ajudar a Ucrânia a reembolsar o empréstimo excecional, que será disponibilizado até ao final de 2024 e desembolsado até ao final de 2025, mediante compromissos democráticos e políticos.

Na semana passada, os embaixadores dos países da UE chegaram a acordo sobre este empréstimo excecional. Este pacote foi anunciado semanas antes pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma visita à Ucrânia.

Na altura, Ursula von der Leyen considerou que o pacote vai "melhorar a estabilidade macrofinanceira da Ucrânia" e "proporcionar um espaço orçamental muito significativo para satisfazer as necessidades, o que libertará mais recursos nacionais para reforçar, por exemplo, as capacidades militares".

A UE anunciou também que vai prolongar a missão de instrução de militares ucranianos durante mais dois anos e está a ponderar um potencial prolongamento para depois de 2026, anunciou, esta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia.

"Vamos prolongar a missão de assistência e instrução militar por mais dois anos e queremos encontrar um consenso para prolongá-la ainda mais, depois da conclusão deste mandato", disse o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, em conferência de imprensa no final de uma reunião ministerial, no Luxemburgo.


Embaixada da Ucrânia em Lisboa evacuada após ameaça de bomba

Por cá, a embaixada da Ucrânia em Lisboa foi evacuada ao final da manhã após uma ameaça de bomba, confirmou à Lusa fonte da PSP de Lisboa, que enviou para o local uma equipa de inativação de explosivos.

"A embaixada recebeu um 'email' em que era informada que o edifício se encontrava todo armadilhado e que, no dia de hoje, os explosivos iam ser acionados remotamente", disse a mesma fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, confirmando uma informação avançada pelo Correio da Manhã.

A fonte da PSP indicou que o contacto ocorreu depois das 12h30 e, cerca das 14h00, ainda se encontravam no local elementos do Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS). A polícia referiu ainda que o edifício foi evacuado, mas não conseguiu adiantar quantas pessoas se encontravam ali quando foi dado o alerta.

Outras notícias que marcaram o dia:


⇒ Os ministros da Defesa da Rússia e da China apelaram, em Pequim, ao reforço da cooperação militar estratégica, numa altura em que o Ocidente critica a liderança chinesa pela aproximação a Moscovo, no contexto da guerra na Ucrânia. "A cooperação militar russo-chinesa é um elemento importante para aumentar o potencial de defesa e manter a estabilidade regional e global", afirmou o ministro russo, Andrei Belousov, no início da reunião com o homólogo na capital chinesa.

⇒ O Conselho da União Europeia adotou sanções contra sete pessoas, incluindo o vice-ministro da Defesa do Irão, e sete entidades daquele país por fornecimento de mísseis e drones à Rússia.


⇒ Um residente de Sebastopol, na Crimeia ucraniana anexada por Moscovo, foi condenado na Rússia a 21 anos de prisão por "alta traição" a favor da Ucrânia, anunciaram os serviços de segurança russos (FSB). Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, os julgamentos por "sabotagem", "traição", "terrorismo" ou "espionagem" — que geralmente acarretam penas pesadas — aumentaram como forma de limitar os protestos.